A greve da Educação que iniciou nesta semana foi a principal pauta dos embates da Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 13. Os deputados da oposição Edvaldo Magalhães (PCdoB) e Emerson Jarude (Novo) deram o tom crítico se juntaram o movimento grevista formado por servidores que lotam as galerias da casa. Os servidores cobram o Estado a retomada de 10% do valor de referência nos vencimentos.
“Não é de agora que a gente fala sobre essa situação da educação. Esses servidores já estiveram aqui por uma, duas, três e estarão quantas vezes precisaram até que o governo cumpra aquilo que foi prometido. Infelizmente, o que a gente vê como resposta é o secretário ir para as redes sociais gravar um vídeo dizendo que esse governo foi o que mais valorizou a educação, dizendo que não falta condição de trabalho, dizendo que tá subsumindo da nossa educação e eu pergunto a vocês, tá tudo bem na educação? Pois é, seu presidente, essa é a realidade que nós encontramos no estado do Acre. De lá pra cá nós já tivemos renovação de contrato de locação de jatinho pra ficar à disposição do governo do estado do Acre, de lá pra cá nós já tivemos contrato para jantares luxuosos pra fazer no gabinete civil e cadê a reestruturação adequada pros nossos servidores estaduais da educação, seu presidente? Então nosso papel aqui enquanto parlamentares é fazer com que cada um deles seja respeitado”, disse Jarude na tribuna da casa.
O deputado Edvaldo enalteceu o movimento grevista. “A presença de vocês aqui tem um significado especial. A presença de vocês aqui tem um motivo especial. E essa casa precisa cumprir com um papel que é fundamental. Que quando tem conflito, o Poder Legislativo tem que mediar o conflito e procurar uma solução. E nós não estamos falando aqui, senhor presidente, senhoras deputadas e deputadas. Nós não estamos tratando aqui de um assunto novo. Nós não estamos tratando aqui de uma pauta desconhecida desse plenário. Nós estamos tratando aqui de uma causa de vida dos trabalhadores e das trabalhadoras em educação. Por que é uma causa de vida? Porque foi esse plenário, este plenário que cometeu a maior covardia da história da educação”, frisou o parlamentar comunista.
As falas dos parlamentares de oposição foram aplaudidas pelos servidores, o que levou o líder do governo, deputado Manoel Moraes (PP), a se manifestar. “Tudo na vida se consegue começando buscando soluções verdadeiras, não soluções fantasiosas, nem soluções mentirosas. Então aqui o grande legislador, que é o meu amigo Edvaldo, ele sabe que não pode vir um projeto pra cá enquanto estiver na lei de responsabilidade fiscal, porque é proibido. Então nós temos que negociar. Eu quero dizer pra vocês da educação, o governo está empenhado. Eu estou empenhado em procurar uma solução”, frisou Moraes.
Enquanto falava, o deputado da base foi vaiado pelos servidores. “E nós vamos buscar uma solução, uma solução verdadeira, não uma solução fantasiosa. Então o governo tem problema. Eu fico muito triste quando falo algum detalhe da educação que vem muito bem. É uma grande secretaria. Tem problemas que qualquer secretaria tem. Tem muitos problemas. Mesmo. Agora nós temos de ver. Quando o meu amigo ali, o deputado falou da Previdência, nós sabemos que não é educação. E o pessoal da educação não se preocupa. Minha esposa é professora, minha irmã é professora, tudo isso. Então não adianta vocês querer uma coisa que não tem legalidade. Não adianta. Nós temos de buscar legalidade. Então hoje, hoje a gente tem a responsabilidade de forçar lá”, destacou.
Após ser vaiado, Moraes diminui o tom e prometeu mediar o assunto e direcionou uma fala a Edvaldo. “Você sabe que nós nunca damos uma palavra toa, mediar ou mediar com responsabilidade”, disse.