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Governo intensifica ações de controle e mitigação para minimizar os efeitos da seca

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Foto: Marcos Vicentti/Secom

Todos os agentes ambientais que integram o governo do Acre têm se unido em uma força-tarefa para mitigar os efeitos da seca que tem impactado a vida das pessoas em todo o estado. Além da seca do Rio Acre, que na capital marcou 1,41 m na manhã desta sexta-feira, 16, a situação da qualidade do ar com o aumento das queimadas tem sido uma das principais preocupações das autoridades.


Diariamente, o Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), emite relatórios do acompanhamento que é feito por meio da Sala de Situação que reúne todas as informações necessárias para a tomada de decisão.


Para tentar mitigar esses efeitos, o governo tem intensificado a campanha Respire Vida. Os dados mostram um cenário preocupante. O Rio Acre está a 16 centímetros da menor cota (1,25 metro) já registrada, no dia 2 de outubro de 2022. Há, ainda a preocupação em relação às queimadas.


Segundo o relatório do Centro, foram registrados 1.328 focos de queimadas de janeiro a 15 de agosto e, deste total, 588 foram somente nos 15 dias de agosto, ou seja, 44%.


Com a Operação Fogo Controlado, o Corpo de Bombeiros tem fortalecido as equipes nas cidades que mais estão precisando de apoio neste momento. O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Charles Santos, fala desse apoio e da importância da adesão da comunidade no combate aos efeitos da estiagem.


“Todos os agentes ambientais estão à frente dessas ações, principalmente na parte de educação ambiental, pela Secretaria de Meio Ambiente, e na parte de combate pela Secretaria de Segurança. Infelizmente, em decorrência do clima, tem aumentado bastante o número de incidência de queimadas e estamos tentando conscientizar a população. Estamos em 15 municípios de forma permanente e em 3 de forma flutuante. Os de difícil acesso estamos atendendo de acordo com a demanda”, explicou.


Para o Jordão, ainda na quinta-feira, 15, uma equipe dos bombeiros foi enviada para reforçar as ações, tanto educacionais, como de combate direto aos incêndios.


“Estamos tentando conscientizar a população sobre os cuidados que devemos ter nesse período que está se aproximando e que está muito difícil. Em todo o estado do Acre essas guarnições estão desenvolvendo trabalho educacional e também de combate aos incêndios florestais. Convocamos a população para fazer frente a esse trabalho e fazer sua parte, pois se chegarmos a estrangular o sistema, todos saímos prejudicados porque esse aumento pode se tornar ainda mais gradativo em virtude do clima. O Corpo de Bombeiros está atendendo demandas populacionais por meio do número 190 ou 193”, pontua.


Poluição do ar tem aumentado com as queimadas. Foto: Marcus Vicentti/Secom

Qualidade do ar

Já a qualidade do ar tem registrado índices preocupantes, segundo o Cigma. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que, idealmente, a média diária de concentração de material particulado na atmosfera não ultrapasse 15 μg/m³.


Marcos Malveira, coordenador do Centro de Operações de Emergência em Saúde, explica que esses índices impactam na saúde da população, que pode sobrecarregar unidades de saúde e agravar quadros clínicos.


Em Rio Branco, essa média está quase seis vezes acima do recomendado, tendo registrado 87,16 µg/m³ na quinta-feira, sendo a cidade mais crítica com relação à qualidade. Em seguida, aparecem Santa Rosa do Purus e Manoel Urbano, com 77,15 µg/m³ e 72,74 µg/m³, respectivamente.


“As fumaças contêm partículas finas que podem irritar os olhos, nariz e garganta, além de agravar doenças respiratórias, como asma e bronquite. Já a baixa umidade do ar pode ressecar as vias áreas respiratórias e a pele, além de aumentar o risco de infecções respiratórias. Para nos proteger, devemos nos manter hidratados, beber bastante água ao longo do dia para manter seu corpo hidratado e ajudar a aliviar a irritação das vias aéreas superiores”, orienta.


É recomendável também o uso de umidificadores de ar, se possível, já que a umidade nesse período também cai drasticamente. “Alternativamente, coloque bacias com água em locais estratégicos ou toalhas molhadas no ambiente, evite ficar dentro de casa e mantenha janelas e portas fechadas, se precisar sair, use máscara que filtre partículas finas. Cuide bem de sua alimentação, consuma alimentos ricos em vitaminas e antioxidantes, como frutas e verduras, que ajudam a fortalecer o sistema imunológico, mantenha uma higiene nasal constante com soro fisiológico para limpar as vias aéreas respiratórias e reduzir a irritação causada pela fumaça”, complementa.


Equipes estão reforçando ações em pelo menos 15 municípios. Foto: Marcus Vicentti/Secom

Emergência

Os principais grupos de risco são crianças, idosos e pacientes com doenças respiratórias.  A secretária do Meio Ambiente, Julie Messias, ressaltou a importância da campanha do governo, desenvolvida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e Secretaria de Comunicação (Secom), que representa um esforço integrado de diversas instituições estaduais para combater atividades ilícitas que afetam o meio ambiente.


“Estamos trabalhando de forma colaborativa com todos os órgãos envolvidos na agenda ambiental para enfrentar esses desafios. A campanha é uma extensão das ações contínuas que já realizamos ao longo do ano, como as atividades de educação ambiental e os mutirões de regularização, por exemplo. Isso demonstra que o Estado está empenhado em atuar fortemente na agenda ambiental, não apenas neste período considerado crítico, mas em todos os períodos, para alcançarmos resultados”, afirmou a secretária.


Em junho, o Acre já havia decretado Situação de Emergência Ambiental em todos os 22 municípios. Além disso, em julho, o Estado determinou a suspensão de autorizações de queima, válida até dezembro, enquanto durar o período emergencial.


Em suas redes sociais, o governador Gladson Cameli reforçou a campanha e chamou a população para somar esforços ao poder público: “Vamos juntos cuidar do nosso meio ambiente”.


O coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Carlos Batista, disse que o Estado tem dado apoio aos municípios para a captação de recursos federais. “O governo do Estado decretou situação de emergência nos 22 municípios do Estado em relação à escassez hídrica para justamente facilitar as ações das prefeituras. O governo federal já fez o reconhecimento dessa situação de emergência no sistema, e hoje foi feita uma videoconferência da Defesa Civil Estadual com todos os 22 coordenadores municipais justamente para que a gente pudesse orientá-los sobre a celeridade na solicitação desses recursos financeiros”, pontuou.


O monitoramento continua sendo feito em todas as cidades, assim como ações de suporte para mitigar os efeitos nas comunidades mais afetadas.


“Em relação ao abastecimento, o governo do Estado já vem realizando várias ações em todos os 21 municípios, que são de responsabilidade do governo no abastecimento, inclusive com distribuição de caixas d’água para armazenamento e para minimizar os problemas das comunidades rurais, no sentido de ter água para as necessidades essenciais.”


A população é encorajada a participar ativamente, denunciando qualquer foco de incêndio e contribuindo para a proteção do meio ambiente e da saúde comunitária, por meio dos seguintes contatos: Ibama – 0800-618080 (24 horas); Imac – (68) 99256-8047 – WhatsApp (24 horas) / imac.ac.gov.br/denuncia; Bombeiros – 193; Polícia Militar – 190.


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