A quarta fase da Operação Resgate retirou, em todo o mês de agosto, 593 pessoas de situações de trabalho análogo à escravidão. Os dados foram divulgados pelo Ministério Público do Trabalho nesta quinta-feira (29).
A fiscalização ocorreu em 15 estados e no Distrito Federal, com parceria entre seis órgãos federais.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, quase 72% do total de resgatados trabalhavam na agropecuária, outros 17% na indústria e cerca de 11% no comércio e serviços.
O número é 11,65% maior do que o de resgatados em 2023. Os estados com mais pessoas resgatadas foram Minas Gerais (291), São Paulo (143), Pernambuco (91) e DF (29).
“O Brasil foi a última nação a aboliar a escravidão humana, e isso deixou um histórico na nossa sociedade que não nos orgulha”, afirmou nesta quinta o subprocurador-geral do MPT Fábio Leal Cardoso.
O maior número de vítimas está no campo. As principais atividades dos trabalhadores resgatados eram:
- • cultivo da cebola (141);
- • cultivo de batata e cebola (84);
- • horticultura (82);
- • lavoura de café (76);
- • plantação de alho (59).
Entre as ocorrências registradas em área urbana, a maior parte dos trabalhadores foi resgatada em:
- • fabricação de álcool (38);
- • administração de obras (24);
- • atividade de psicologia e psicanálise (18).
Ainda de acordo com o Ministério Público do Trabalho, 18 crianças e adolescentes foram identificados submetidos a trabalho infantil. Desses, 16 estavam em condições semelhantes à escravidão.