O relatório final do Projeto Acre Queimadas para o mês de julho deste ano apontou que o estado teve identificados 17.200 hectares de cicatrizes de queimadas. Os cinco municípios mais críticos são Feijó, Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Tarauacá e Sena Madureira.
No último dia 31 de julho, o projeto divulgou dados parciais que mostravam 12.250 hectares de cicatrizes de queimadas até o dia 27 daquele mês, o que indica que em apenas quatro dias houve um acréscimo de quase 40%.
O relatório mais recente diz que foram registrados pequenos incêndios florestais (fogo afetando o sub-bosque da floresta em pé), sendo sinal de alerta máximo para o descontrole do fogo caso não haja chuvas e as queimadas persistam.
Em março de 2024, uma carta conjunta de pesquisadores da Região MAP – Madre de Dios (Peru), Acre (Brasil), Pando (Bolívia) – já alertava para seca extrema na Amazônia, o que vem se consolidando.
“Antecipamos problemas agudos de abastecimento de água, ondas de calor e queimadas acidentais em áreas agrícolas e incêndios florestais. Estes últimos repercutiriam em altos níveis de fumaça com implicações sérias para a saúde humana e ambiental”, diz o alerta.
Diante da situação, o relatório alerta para o cuidado máximo com o fogo, em um cenário de mais de duas semanas sem chuvas significativas, umidade do ar baixa e temperaturas altas.
No dia 11 de junho, o governo do Acre decretou situação de emergência ambiental em todos os 22 municípios do estado. Sete deles, Bujari, Feijó, Epitaciolândia, Porto Walter, Cruzeiro do Sul, Plácido de Castro e Rio Branco também editaram decretos de emergência.
O Projeto Acre Queimadas, que teve financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)envolve diversos órgãos ambientais e pesquisadores, entre eles a professora Sonaira Silva, do Laboratório de Geoprocessamento Aplicado ao Meio Ambiente (LabGAMA) da Universidade Federal de Acre (UFAC) Campus Floresta em Cruzeiro do Sul.
A coordenação do projeto informou ainda que, em razão da defasagem de equipe no Laboratório, devido a finalização do Projeto CNPq, o relatório completo de 2023 ainda não foi concluído. Para 2024, serão preparados alertas a cada 15 ou 20 dias de área queimada para todo o estado do Acre.
Os dados de focos de calor, cicatrizes de queimadas, desmatamento e outras informações podem ser acessadas pela plataforma MAP-FIRE