Claudia Soares Alves, de 42 anos, é a médica presa suspeita de sequestrar uma bebê em Uberlândia, Minas Gerais, segundo informações policiais. A mulher é formada em medicina em uma faculdade de Minas Gerais, é registrada no Conselho Federal de Medicina (CFM) como neurologista e atende em Itumbiara, no sul de Goiás. A suspeita é professora em duas universidades (entenda abaixo).
O g1 entrou em contato com a secretária de Claudia nesta quarta-feira (24), mas recebeu uma mensagem automática informando que a equipe está em “férias coletivas” até o dia 29 de julho.
A médica foi presa nesta quarta-feira (24), em Itumbiara, segundo o delegado Ricardo Chueire , um dia após o sequestro da bebê no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). De acordo com a Polícia Civil de Goiás (PC), a criança foi resgatada e está bem.
Currículo
Em seu currículo, a médica detalha que se formou em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) em novembro de 2004. Claudia concluiu a residência em clínica médica na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em 2007 e finalizou a residência em neurologia em novembro de 2011, na UFTM.
Em uma rede social, a médica divulgou que no dia 13 de maio deste ano tomou posse como professora na UFU. Claudia também informa que é docente efetiva da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Goiás (UEG) desde janeiro de 2019.
Em seu currículo, a médica menciona que é mestre em ciências da saúde pela Universidade Federal de Goiás (UFG). No Lattes, uma plataforma científica de currículos, Claudia também descreve que está cursando doutorado em Ciências da Saúde na UFU.
Amor pela profissão
Em um depoimento sobre sua vida, Claudia escreveu que é “incrivelmente” grata por sua jornada médica e acadêmica. A médica diz que a medicina é sua paixão e a docência sua missão.
“A medicina é uma montanha-russa de emoções! Tem os altos e baixos, os desafios e as vitórias, mas uma coisa é certa: eu amo o que faço”, escreveu a médica.
Bebê levada do hospital
A bebê nasceu por volta das 20h, de cesárea. Segundo a Polícia Militar (PM), a mulher se identificou como pediatra, entrou na maternidade e pegou a bebê, que tinha nascido havia apenas três horas.
O pai, o motorista Édson Ferreira, contou como foi a abordagem da médica.
“Ela era muito bem articulada. Entrou, mexeu nos peitos da minha esposa para ver se tinha leite. Disse que era pediatra e que ia levar a bebê para se alimentar. Minutos depois, eu vi que a minha menina não voltava, e aí percebemos que ela tinha sido levada”, contou.
Ainda de acordo com a PM, a mulher saiu da porta do hospital com a bebê dentro da mochila e fugiu em um carro vermelho.
O vídeo acima mostra a ação da mulher, do momento em que ela chega ao hospital com roupa de profissional de saúde e máscara cobrindo o rosto até a sua saída, carregando a criança.
A assessoria de imprensa da UFU informou que a mulher tomou posse como professora na área de clínica médica em maio deste ano. A instituição não informou, no entanto, se ela atuava, de fato, no hospital ou apenas dava aulas na universidade. Segundo a UFU, está sendo feita a “apuração de responsabilidade e todas as tratativas cabíveis serão tomadas”.
Remédios
Segundo a PC, a médica foi presa quando chegava em casa. Claudia afirmou à polícia que estaria doente e que faz usos de remédio controlado. Porém, segundo o delegado Anderson Pelágio, a polícia desacredita de um possível surto devido aos itens de bebê comprados pela médica.
“Ela comprou vários apetrechos para a bebê, como, fralda e carrinho, o que dá informações de que ela premeditava os fatos. Ela não demonstrou motivação ou se iria ficar, registra a bebê no nome dela ou passar para uma terceira pessoa”, disse Pelágio entrevista à TV Anhanguera.
Alívio do pai
O pai da bebê desabafou sobre o crime ocorrido com a filha. Em entrevista à TV Anhanguera, Edson Ferreira contou que a mulher pegou a menina falando que iria “dar leite à ela” e a levou embora .
“Um alívio só de ver minha filha novamente. Não tem preço que pague. Que a justiça seja feita, que essa mulher realmente fique presa e não aconteça com ninguém”, detalhou Edson.