A alta do IPCA-15 desacelerou em julho diante da queda nos preços de alimentação, mas ainda ficou acima das estimativas sob pressão das passagens aéreas, com a taxa em 12 meses se aproximando do teto da meta de inflação.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) passou a subir em julho 0,30%, após ter avançado 0,39% em junho, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
O dado é o mais baixo desde abril, mas ficou acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,23%.
O resultado levou a taxa nos 12 meses até julho a subir para 4,45%, de 4,06% em junho e expectativa de 4,38%.
A meta para a inflação em 2024 é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.
Segundo o IBGE, dos nove grupos pesquisados sete tiveram alta em julho. O grupo Transportes apresentou a maior variação e o maior impacto, com avanço de 1,12% em julho.
As passagens aéreas subiram 19,21% no mês, enquanto os combustíveis tiveram alta de 1,39%, com avanços da gasolina (1,43%), etanol (1,78%) e óleo diesel (0,09%).
Os aumentos de 0,49% e 0,33% dos preços de Habitação e Saúde e cuidados pessoais, respectivamente, também exerceram pesos importantes no resultado do IPCA-15 do mês.
Na outra ponta, o grupo Alimentação e bebidas, com forte peso no bolso do consumidor, registrou queda de 0,44%. A alimentação no domicílio recuou 0,70% em julho, com quedas nos preços de cenoura (-21,60%), tomate (-17,94%), cebola (-7,89%) e frutas (-2,88%).
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central volta a se reunir na próxima semana para deliberar sobre a política monetária, em meio ao fortalecimento recente do dólar e a preocupações com a pressão sobre os preços do mercado de trabalho apertado.
O BC interrompeu o ciclo de afrouxamento monetário em junho e a expectativa é de que a taxa básica de juros Selic feche o ano no atual nível de 10,5%.
A pesquisa Focus divulgada na segunda-feira pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 4,05%.