O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou na terça-feira (30) patrulhas militares e policiais em todo o país. Ação começa a valer a partir desta quarta-feira (31).
Medida vem em meio a protestos contra os resultados eleitorais da eleição presidencial, que o apontam o líder venezuelano como vencedor.
Maduro culpou o candidato da oposição Edmundo Gonzalez e a líder da oposição Maria Corina Machado pelas manifestações que eclodiram no país após o anúncio dos resultados das eleições do último domingo.
Os protestos, que o governo denunciou como uma tentativa de “golpe”, começaram na segunda-feira (29), depois que a autoridade eleitoral do país sul-americano declarou que Maduro havia conquistado um terceiro mandato com 51% dos votos, estendendo um quarto de século de governo socialista.
A oposição, que considera que o órgão eleitoral está no bolso de um governo ditatorial, diz que Gonzalez teve mais que o dobro de votos que Maduro, com base nas contagens de 90% dos votos que conseguiu acessar.
Protestos após anúncio de resultado
Ao menos 749 pessoas foram presas devido aos protestos na Venezuela, segundo informou o procurador-geral do país, Tarek William Saab, nesta terça-feira (30). Além disso, 11 pessoas morreram, de acordo com a ONG Fórum Penal.
Na terça-feira, tanto Maduro quanto seu principal aliado legislativo acusaram Gonzalez e Machado de fomentar a violência após a votação.
Em um discurso sinuoso, Maduro declarou que manifestantes da oposição espancaram civis e iniciaram incêndios, exigindo que Gonzalez responda por eles.
“Pare com a violência, Sr. Covarde!”, gritou Maduro após dizer que Gonzalez e Machado deveriam ser responsabilizados.
Muitos países pediram à Venezuela que tornasse pública a contagem dos votos e fontes americanas disseram que Washington estava considerando novas sanções a indivíduos ligados à eleição, a menos que houvesse maior transparência.