DJ da cerimônia de abertura de Paris recebe ameaças de morte e se pronuncia

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Barbara Butch, DJ da cerimônia de abertura, diz ter recebido ameaças de morte Instagram/Barbara Butch

A DJ Barbara Butch, que se apresentou durante o desfile realizado na cerimônia de abertura da Olímpiada de Paris 2024, afirmou aos seguidores que está recebendo ameaças de morte. Após se dizer honrada pela grande oportunidade no evento esportivo, a artista francesa lamentou os ataques.


“Fiquei extremamente honrada em participar da cerimônia de abertura de Paris 2024 como uma artista de destaque e em compartilhar minha visão da festa. Meu coração ainda está cheio de alegria e agradeço por todo amor e força que vocês me deram desde então”, começou em seu texto.


“Como vocês sabem, meu compromisso sempre foi fazer todo mundo dançar e, do meu jeito, fazer uma nação na pista de dança. Através do meu trabalho como DJ e do meu ativismo, sempre promovi o amor e a inclusão — para mim, é isso que salvará o mundo, mesmo quando ele estiver desmoronando”, continuou.


Na sequência, Barbara decidiu denunciar os ataques e ameaças que recebeu desde sua apresentação, na última sexta-feira (26). “Hoje, porém, sou alvo de mais um assédio cibernético — particularmente violento. Apesar de no início eu ter decidido não falar abertamente para deixar os inimigos se acalmarem, as mensagens que recebo são cada vez mais extremas”.


“Tudo porque tive a honra de representar a diversidade do meu país através da arte e da música, ao lado de outros artistas e performers que admiro. O que quer que alguns digam, eu existo. Nunca tive vergonha de quem sou e assumo a responsabilidade por tudo – inclusive pelas minhas escolhas artísticas”.


“Durante toda a minha vida me recusei a ser vítima: não vou calar a boca. Não tenho medo daqueles que se escondem atrás de uma tela, ou de um pseudônimo, para vomitar seu ódio e frustrações. Lutarei contra eles sem nunca tremer.

Estou comprometida e orgulhosa. Orgulhosa de quem sou, do que sou e do que incorporo, tanto para os meus entes queridos como para milhões de franceses.
Minha França é a França!”, finalizou a DJ.


No último final de semana, Thomas Jolly, diretor artístico da abertura dos Jogos Olímpicos, negou que a cena com as drag queens apresentada durante a cerimônia tenha sido inspirada no quadro “A Última Ceia”, de Leonardo Da Vinci. Isso porque, o momento gerou polêmica entre a Igreja Católica e a extrema-direita da França, conforme apontou a Reuters.


“A Última Ceia? Essa não foi minha inspiração. Dionísio chega a essa mesa. Ele está lá, por quê? Porque ele é o deus da festa, do vinho e pai de Sequana, deusa ligada ao rio. A ideia era fazer uma grande festa pagã ligada aos deuses do Olimpo”, afirmou.


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