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Devastado por incêndios, Pantanal pode ter crise hídrica histórica, diz relatório

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Crédito: Divulgação/Corpo de Bombeiros do Mato Grosso do Sul

O Pantanal enfrenta o período mais seco das últimas quatro décadas, com a previsão de que 2024 seja o pior ano em termos de crise hídrica já observado no bioma, segundo estudo da WWF-Brasil.


Os resultados do estudo apontam que o Pantanal não teve um período de cheia em 2024. Nos primeiros quatro meses do ano, quando deveria ocorrer o ápice das inundações, a média de área coberta por água foi menor que a do período de seca do ano passado.


“De forma geral, considera-se que há uma seca quando o nível do Rio Paraguai está abaixo de quatro metros. Em 2024, essa medida não passou de um metro. O nível do Rio Paraguai nos cinco primeiros meses deste ano esteve, em média, 68% abaixo da média esperada para o período”, afirma Helga Correa, especialista em conservação do WWF-Brasil.


A Bacia do Alto Rio Paraguai, onde está localizado na região pantaneira, normalmente passa pela estação chuvosa entre outubro e abril, e pela estação seca entre maio e setembro.


No entanto, entre janeiro e abril de 2024, a média da área coberta por água foi de apenas 400 mil hectares, em pleno período de cheia, abaixo da média de 440 mil hectares registrada na estação seca de 2023.


O estudo utilizou dados do satélite Planet para o período a partir de 2021 e do MapBiomas, obtidos pelo satélite LandSat, cuja série histórica remonta a 1985. Além disso, foram analisados os dados da régua de Ladário, uma das medidas mais antigas do nível do Rio Paraguai.


“Na década de 80, o Pantanal teve um período mais cheio, com áreas maiores ficando alagadas por mais tempo. O que estamos observando agora é que a área alagada nas cheias é cada vez menor. Então temos mais áreas ficando secas, com as áreas alagadas ficam úmidas por menos tempo. Tudo isso gera instabilidades no ecossistema”, Mariana Dias, geógrafa e analista de geoprocessamento


O bioma do Pantanal está cada vez mais seco, tornando-se vulnerável e aumentando as ameaças à sua biodiversidade, aos seus recursos naturais e ao modo de vida da população pantaneira.


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