O glaucoma congênito é uma condição rara dos olhos que afeta desde recém-nascidos até crianças por volta dos 3 anos de idade. A pequena Aretria Bice, de 1 ano e 9 meses, nasceu com grandes olhos azuis, admirados por todos — no entanto, por causa da doença, eles não param de crescer e ela corre o risco de ficar cega.
Aretria nasceu em 20 de outubro de 2022 na Inglaterra, e seus pais nunca imaginaram que os lindos olhos azuis dela virariam uma preocupação. Entretanto, em maio de 2023, quando a bebê tinha apenas seis meses, eles perceberam que seus olhos estavam opacos e, um tempo depois, passaram a eliminar uma secreção. Além disso, o contato de qualquer luz fazia a criança sentir dor.
Ela foi levada para o hospital, onde os médicos identificaram alta pressão em seus olhos devido ao acúmulo de líquido, mas não conseguiram descobrir a causa imediatamente.
Glaucoma congênito bilateral
Somente após consultar vários especialistas, Aretria foi diagnosticada com glaucoma congênito bilateral, uma anormalidade genética que causa pressão extrema e crescente no nervo óptico.
Em junho de 2023, ela passou pela primeira cirurgia em um procedimento que demorou quatro horas. O processo de recuperação envolveu a administração de colírios seis vezes ao dia durante um mês e o uso de protetores oculares por uma semana.
No entanto, a cirurgia falhou. A garotinha ainda passou por uma série de procedimentos sem sucesso entre agosto e outubro de 2023. Uma das últimas intervenções, feita em março para inserir um tubo que drenaria o excesso de fluido dos olhos, falhou, e a menina começou a chorar sangue.
Infelizmente, os médicos disseram que a pressão ocular de Aretria continua aumentando e seus olhos estão ficando maiores — por isso, novas cirurgias serão necessárias.
Louise e Connor Bice, de 35 e 30 anos, respectivamente, estão desesperados por uma solução, pois sua filha, que já é extremamente míope, perderá ainda mais a visão com o tempo.
“Aretria tem danos graves nos nervos ópticos. Ela só consegue enxergar a menos de 8 cm e já passou por cinco cirurgias para tentar estabilizar a pressão óptica, o que impediria danos à visão, mas as coisas continuam piorando”, lamenta Louise em entrevista ao jornal britânico The Sun.
A mãe conta que a criança usa óculos 24 horas por dia, até mesmo à noite, pois se acorda e não consegue enxergar, fica apavorada.
Os médicos explicaram à família que Aretria foi exposta à alta pressão ocular desde o nascimento porque seu sistema de drenagem de fluidos não se formou adequadamente durante a gestação.
“Ela passou por tantas cirurgias e consultas que tem um medo terrível de hospitais e chora só de sentir o cheiro. Temos esperança de que em algum momento as coisas vão se estabilizar para que sua visão não piore”, relata.
Louise descreve a condição da filha como “muito cruel” e está preocupada com a qualidade de vida da criança. Ela quer incentivar outros pais a ficarem atentos aos sinais e tenta conscientizar todos que conhece.
“Ter esses olhos grandes e lindos nem sempre é uma coisa boa. Agora, sempre que meus amigos colocam fotos de seus bebês nas redes sociais, olho nos olhos deles para verificar se parecem ter um tamanho normal. Não quero que mais ninguém passe pelo que minha garotinha está enfrentando. Quanto mais cedo as pessoas identificarem os sinais, melhor”, afirma.