Com sérias dificuldades na articulação política junto ao Congresso Nacional, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou, em maio deste ano, o pior índice de apoio na Câmara dos Deputados desde o início do atual mandato do petista, em 2023.
Os resultados aparecem em um levantamento da consultoria Arko Advice, cujos dados foram publicados pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o estudo, no mês passado, apenas 46,47% dos deputados acompanharam a orientação do governo em votações na Câmara.
Trata-se do desempenho mais baixo do governo Lula no Congresso desde abril de 2023, quando a taxa de adesão foi de 46,39%. Na época, a Câmara e o Senado se digladiavam em torno do rito de tramitação das Medidas Provisórias (MPs), o que acabou contaminando a relação do Legislativo com o Executivo.
Desde fevereiro deste ano, o levantamento da Arko Advice mostra uma queda constante e consistente do apoio dos deputados ao governo Lula.
O estudo da consultoria leva em consideração votações nominais e abertas realizadas na Câmara, com orientação de voto apresentada pela liderança do governo na Casa.
Em maio, houve 52 votações desse tipo, e o governo foi derrotado em 20. Entre os reveses mais significativos, a Câmara derrubou o veto de Lula ao fim das saídas temporárias de presos, as chamadas “saidinhas”.
Rede e PCdoB são os mais “fiéis”
Ainda de acordo com a pesquisa, os aliados PCdoB e Rede são os partidos mais fiéis a Lula na Câmara, à frente até mesmo do PT, partido do presidente da República.
O PCdoB entregou ao governo um índice de 94,15% de votos favoráveis a projetos de interesse do Executivo na Casa. A Rede, da ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), acompanhou Lula em 86,36% das votações. O PT aparece em terceiro lugar, com apoio de 85,4%.
Por outro lado, as legendas que mais se opuseram ao governo petista, em maio, foram o Partido Novo (80,71%), o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro (60,15%) e o União Brasil (43,13%).