Economia Dólar sobe e bate R$ 5,42 após Lula criticar mercado; Bolsa tem forte queda

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Dólar — Foto: Karolina Grabowska/Pexels

O dólar inverteu o sinal visto pela manhã e opera em forte alta nesta quarta-feira (12), com investidores repercutindo falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em evento realizado hoje, no Rio de Janeiro.


Lula disse que não consegue discutir economia sem “colocar a questão social na ordem do dia” e que o “mercado (financeiro) não é uma entidade abstrata, apartada da política e da sociedade”.


A declaração vem em um momento em que investidores estão cautelosos com a questão fiscal brasileira e o governo vem sendo pressionado a reduzir gastos.


No exterior, o foco fica com os novos dados de inflação dos Estados Unidos e com a expectativa pela nova decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que deve ser divulgada às 15h.


Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em forte queda.


Veja abaixo o resumo dos mercados.


Dólar

 


Às 12h55, o dólar subia 0,64%, cotado a R$ 5,3949. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,4286 Veja mais cotações.


Na terça-feira, a moeda norte-americana fechou em alta de 0,07%, cotada a R$ 5,3605.


Com o resultado, acumulou altas de:


  • •0,68% na semana;
  • •2,12% no mês;
  • •10,47% no ano.

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Ibovespa

 


No mesmo horário, o Ibovespa caía 1,13%, aos 120.264 pontos.


Na terça, o índice encerrou em alta de 0,73%, aos 121.635 pontos.


Com o resultado, acumulou:


  • •alta de 0,72% na semana;
  • •queda de 0,38% no mês;
  • •perdas de 9,35% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

 


O mercado começou o dia com mais tranquilidade nesta quarta, depois que dados de inflação dos Estados Unidos mostraram que os preços na maior economia do mundo começam a arrefecer.


O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) não teve alteração em maio, enquanto o mercado esperava uma leve alta de 0,01%. No mês anterior, a inflação no país havia crescido 0,03%.


Com a inflação dando esses sinais de arrefecimento, crescem as expectativas dos investidores de que o Federal reserve (Fed, o banco central americano) não deve promover novas altas em suas taxas de juros e que, além disso, um ciclo de quedas pode começar nos próximos meses.


Hoje, inclusive, o Fed se reúne para definir as novas taxas de juros americanas, atualmente entre 5,25% e 5,50% ao ano. As projeções são de que a instituição mantenha essas taxas inalteradas.


Apesar da visão mais positiva com o futuro da inflação e dos juros nos Estados Unidos, o mercado nacional inverteu o sinal depois do presidente Lula discursar em um evento, defendendo que a economia não pode estar apartada do social.


“Todos os debates que se fazem se tratando de economia, a gente fala de um monte de coisa, mas me parece que os problemas sociais não existem. Eles existem. Estão nos nossos calcanhares, estão nas nossas portas, estão nas ruas”, disse Lula.


O presidente deu a declaração em um momento no qual o governo é pressionado pelo mercado a reduzir gastos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que apresentará a Lula uma proposta de mudança no formato dos pisos (gastos mínimos) em saúde e educação.


Lula, cujo governo tem dificuldade para zerar o déficit das contas públicas, disse que trabalha para equilibrar contas sem comprometer investimento.


“Estamos arrumando a casa e colocando as contas públicas em ordem para assegurar o equilíbrio fiscal. O aumento da arrecadação e a queda da taxa de juros permitirão a redução do déficit sem comprometer a capacidade de investimento público”, declarou.


Em abril, a arrecadação do governo federal com impostos, contribuições e demais receitas somou R$ 228,9 bilhões, segundo a Receita Federal, o maior valor para o mês em 30 anos. No primeiro quadrimestre (janeiro a abril), a arrecadação cresceu acima da inflação.


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