O casal que estava no veículo alvejado por Adriano Domingues da Costa na Rodovia Castello Branco, em Boituva (SP), disse que o empresário dirigia em alta velocidade antes de colidir com o carro deles. O caso aconteceu na sexta-feira (14). A Justiça decretou a prisão temporária do atirador, que é considerado foragido.
Em entrevista ao programa Encontro com Patrícia Poeta, nesta segunda-feira (17), Gabrielle Gimenez e William Isidoro contaram que o homem teria batido na lateral do carro deles.
“Tudo aconteceu devido a uma colisão. Ele estava em alta velocidade e bateu na lateral do nosso carro. Nós pedimos para ele encostar e, quando encostou, já desceu armado. Na segunda parada, eu já estava em contato com o 190, informando a nossa localização para que eles pudessem enviar uma viatura”, disse Gabrielle.
Foram duas paradas após a batida, segundo a advogada do casal Nayara Souza. Na primeira, ainda no acostamento da rodovia, o homem desceu armado e deu uma coronhada no vidro do passageiro. Na segunda parada, um pouco mais à frente, o motorista desceu novamente com a arma em punho e atirou contra o carro
O advogado de Adriano, Luiz Carlos Tucho de Souza, informou que o carro do casal atingiu a traseira da caminhonete do empresário e, durante 40 minutos, teria seguido o veículo, ameaçando a família dele (confira mais detalhes abaixo).
Ainda durante a entrevista ao programa da TV Globo, William Isidoro informou que é instrutor de tiro, e alega que o casal não portava nenhuma arma no momento do ocorrido.
“Nós sabemos que naquele momento não poderíamos estar armados. Isso foi constatado pela polícia. Quando paramos no posto, os policiais constataram que não havia arma no nosso carro”, disse.
Briga no trânsito
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que Adriano Domingues da Costa dá três disparos: um na direção da passageira e dois no pneu do veículo. A Polícia Civil registrou um boletim de ocorrência por tentativa de homicídio por motivo fútil.
No sábado (15), a corporação apreendeu o veículo do suspeito em uma pousada em Piraju (SP), que fica a cerca de 215 quilômetros de distância de Boituva. Segundo a Polícia Civil, o suspeito conseguiu fugir antes da chegada da equipe.
Já no domingo (16), na casa dele, que fica na cidade de Mariporã (SP), os policiais cumpriram um mandado de busca e apreensão. Foram apreendidos um cofre, uma tonfa — tipo de arma branca originária das artes marciais de Okinawa — e o passaporte de Adriano.
Imagens de câmeras de segurança registraram a ação da polícia no imóvel. No vídeo, é possível ver que os policiais pulam o muro e vasculham os cômodos da casa. Adriano não foi localizado.
Os investigadores continuam fazendo buscas por Adriano Domingues da Costa. Quem tiver informações sobre o paradeiro do suspeito pode entrar em contato pelo telefone 181 do Disque Denúncia.
O que dizem os envolvidos
A advogada Nayara Souza informou que o casal Gabrielle Gimenez e William Isodoro seguia para Boituva quando teve o carro atingido na lateral pelo veículo do suspeito. O casal teria tentado contato com o outro veículo (o de Adriano) para checar os danos da batida, mas ele teria resistido e iniciado uma discussão.
Foram duas paradas, segundo a advogada. Na primeira, ainda no acostamento da rodovia, o homem desceu armado e deu uma coronhada no vidro do passageiro. Na segunda parada, um pouco mais à frente, o motorista desceu novamente com a arma em punho e atirou contra o carro.
Segundo a advogada do casal que teve o carro alvejado, foram cinco disparos ao todo. A advogada afirmou que tomará as medidas cabíveis nas esferas cível e criminal, e diz esperar que o atirador seja preso e que a arma utilizada por ele seja apreendida.
Já Adriano Domingues da Costa disse que o motorista do outro carro atingiu a traseira da caminhonete dele e, durante 40 minutos, teria seguido o veículo, ameaçando a família dele.
O homem disse, ainda, que estava com a esposa e os filhos no carro e que a família havia ido para o interior para comemorar o aniversário de casamento do casal.
Em um pronunciamento, o advogado de Adriano, Luiz Carlos Tucho de Souza, criticou a ação da polícia durante o cumprimento do mandado neste domingo (16). Ele alega que ainda não teve acesso aos documentos do processo e que seu cliente não está em São Paulo.
“Não havia a menor necessidade de se invadir uma casa desse jeito. Deviam ter tocado a campainha. Haviam pessoas na casa naquele momento, inclusive duas crianças. Arrebentaram o portão, estouraram a porta da frente”, alega.
“O que temos até o momento é um porte ilegal e disparo de arma de fogo. A tentativa de homicídio está em uma condição de crime impossível, por conta da blindagem do veículo”, completa.
Luiz Carlos também afirma que Adriano será apresentado na delegacia nos próximos dias.