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Após liberação de armas pela Otan, Rússia eleva ataques à Ucrânia

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Reuters / Kremlin.ru

A Rússia intensificou os ataques aéreos a várias regiões da Ucrânia na noite de 6ª feira (31.mai.2024) e na manhã deste sábado (1º.jun). A ofensiva começou depois que os Estados Unidos e aliados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) autorizaram o uso de suas armas contra alvos no território russo.


Segundo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, um “bombardeio de mais de 50 mísseis de vários tipos e cerca de 50 drones Shahed foi direcionado ao sul, centro e oeste da Ucrânia”. Explosões foram relatadas em várias cidades, incluindo na capital Kiev.


Zelensky disse que a maioria dos equipamentos foi destruída, mas a infraestrutura energética do país foi novamente afetada. Duas centrais termoelétricas foram atingidas e pelo menos 4 pessoas ficaram feridas. Cinco regiões ficaram no escuro.


“O principal objetivo da Rússia é normalizar o terror, aproveitar a falta de equipamento de defesa aérea suficiente e a determinação dos parceiros da Ucrânia”, afirmou o presidente ucraniano.


As tensões aumentaram depois que o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, confirmou, na 5ª feira (31.mai), que o presidente Joe Biden autorizou o uso de armas norte-americanas contra um alvo dentro da Rússia, próximo à fronteira com Kharkiv. A 2ª maior cidade da Ucrânia está na mira de ataques nas últimas semanas.


“Ao longo das últimas semanas, a Ucrânia pediu autorização para usar as armas que estamos fornecendo para se defender contra esta agressão, incluindo contra as forças russas que se concentram no lado russo da fronteira e depois atacam a Ucrânia”, contou Blinken.


A Otan e países aliados fizeram movimentos semelhantes ao longo do dia, autorizando o uso limitado de suas armas contra partes do território russo.


Depois de uma reunião com os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE (União Europeia) na 6ª feira (31.mai), em Praga, na República Tcheca, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse estar confiante de que as forças ucranianas usarão as armas “de acordo com o direito internacional e de forma responsável”.


“A Rússia atacou a Ucrânia e esta tem o direito de se defender, o que inclui também atacar alvos militares legítimos dentro da Rússia”, afirmou Stoltenberg. “É muito difícil para a Ucrânia se defender se não lhe for permitido utilizar armas avançadas para repelir esses ataques”, completou.


O Kremlin reagiu com os bombardeios. O ex-presidente da Rússia Dmitry Medvedev disse que o uso das armas ocidentais pela Ucrânia será considerado envolvimento direto dos aliados.


“Isto não é assistência militar, é participação na guerra contra nós. E tais ações podem se tornar um casus belli [caso de guerra]”, disse Medvedev, afirmando que é um “erro fatal” pensar que a Rússia não usará suas armas nucleares.


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