A investigação partiu de uma imagem da capa da redação do teste, que circulou pelas redes sociais minutos depois dos candidatos terem acesso ao caderno de provas.
Ao todo, os trabalhos duraram seis meses, e nove pessoas foram ouvidas pelos investigadores. Uma mulher que atuou na aplicação do Enem em Belém (PA) admitiu ter feito uma fotografia enquanto a prova ainda ocorria e encaminhado a imagem que circulou nas redes sociais para uma amiga.
Ela foi indiciada por divulgar de forma indevida conteúdo sigiloso em processo seletivo – com agravante por ser uma servidora pública –, crime punível com uma pena de reclusão de até 4 anos e multa.
O coordenador- geral de Crimes Fazendários da Polícia Federal, Sérgio Mori, disse que “ficou comprovado que a primeira divulgação ocorreu quando as portas já estavam fechadas e as provas já estavam iniciadas, ou seja, todos os candidatos já tinham ciência do conteúdo da prova e da questão da redação”.
Mudanças para o Concurso Nacional Unificado
Apesar dos investigadores terem concluído que o resultado do Enem não foi prejudicado, houve o entendimento de que a tentativa de fraude demonstrou a necessidade de aumentar a segurança das provas públicas.
Por causa disso, os candidatos do Concurso Nacional Unificado (CNU), apelidado de “Enem dos Concursos”, terão que passar por mais duas etapas de autenticação no dia da prova com a colheita da impressão digital e autentificação pela escrita.
A sugestão foi feita pelo Ministério da Gestão e Inovação, responsável pela realização dos exames. Após a divulgação do resultado, os peritos da polícia vão analisar as digitais de todos os aprovados para garantir que as provas foram feitas pelos aprovados.
A aplicação das provas do CNU estava prevista para o último dia 6 de maio, mas foi adiada por causa da tragédia no Rio Grande do Sul. O governo ainda nao divulgou a nova data oficial das provas.