Madonna leva 1,6 milhão a Copacabana e supera recorde histórico dos Rolling Stones

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De acordo com estimativa divulgada pela Riotur na madrugada deste domingo, o show de Madonna em Copacabana atingiu a marca recorde: 1,6 milhão de pessoas foram até a praia mais famosa do Brasil para acompanhar o encerramento da Celebration Tour, que marca os 40 anos de carreira da diva.


O número supera o alcançado pelo grupo inglês Rolling Stones, que em 2006 reuniu entre 1,2 e 1,5 milhão de acordo com os números divulgados à época.
A atmosfera de carnaval ou réveillon fora de época tomou o Rio desde a última segunda-feira, quando Madonna chegou para o encerramento da Celebration Tour. Sob a vibração dos preparativos para o megashow histórico, o começo de maio nem de longe lembrou um período de baixa temporada turística: teve inflação nos valores de hospedagem e filas em lojas da Saara para comprar camisas e adereços da diva.


E no ápice de ontem, enquanto a cidade inteira se agitava na expectativa de que a rainha do pop subisse ao palco de Copacabana, o que era previsto para perto das 21h30, reafirmava-se a vocação carioca para realizar eventos para multidões mesmo em meses não tão tradicionais do calendário festivo. Abril e maio, por exemplo, podem se destacar pelas condições climáticas, afirma o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Chicão Bulhões: “Temos que aproveitar nosso potencial o ano inteiro. A partir de abril, normalmente já passamos pelo período de mais chuvas, além das temperaturas costumarem ser mais amenas”.


Para intensificar essas oportunidades, dizem autoridades e especialistas, é preciso investir de forma continuada em infraestrutura e logística — de segurança, por exemplo. No caso da vinda de Madonna, o megaespetáculo envolvia mistério até ser divulgado oficialmente, em março. E para realizá-lo, foi montada uma operação complexa em menos de dois meses, incluindo 3,2 mil policiais e drones com reconhecimento facial.


“O governo do estado fez tudo tendo como base a experiência do réveillon”, comentou Gustavo Tutuca, secretário de Turismo do governo estadual, que patrocinou o show junto com a prefeitura e a iniciativa privada.


Como retorno, além da economia contagiada pelo evento e de uma visibilidade para o Rio que custaria milhões em publicidade, até questões comportamentais foram sacudidas pelo desembarque da cantora na cidade. Dias antes do show, o bairro de Copacabana se viu rebatizado como “CopaMadonna”. Suas ruas viraram passarela de admiradores fantasiados. E a Avenida Atlântica trocou o ruído do trânsito pelos hits da estrela mundial.


Nessa balada, a poucas horas da apresentação, Madonna usou ontem as redes sociais para provocar os fãs: “Are you ready” (vocês estão prontos?), escreveu ela. Àquela altura, o bairro estava lotado de gente (muitos estrangeiros, inclusive) que respondia que “sim”, já estava no astral para se jogar na pista de dança.


O clima em Copacabana foi, em geral, pacífico. Até a meia noite, com pouco mais da metade do show já transcorrida, não havia registros de grandes confusões. Muita gente apostava no ambiente mais seguro para sacar o celular do bolso e registrar o momento.


Uma festa segura para todos


O show reuniu público bastante eclético. Além da esperada presença da comunidade LGBTQIA+ era possível observar desde pais e mães com bebês no colo a idosos, famílias inteiras e pessoas com deficiência.


Os postos montados ao longo da área do show deram conta do recado, não ficaram abarrotados. Quem precisou de atendimento teve acesso relativamente tranquilo ao serviço.


Anitta, Pabllo Vittar e Maddona


A cantora Anitta subiu ao palco junto com Madonna, durante a execução da música “Vogue”, em momento do show dedicado à cultura ballroom. As artistas fazem as vezes de julgadores da performance dos dançarinos, que desfilam looks curtos e sensuais.


O ímpeto violeiro impulsionou Madonna (com David Banda no instrumento) por “La Isla Bonita”, com a muito aguardada participação vinte ritmistas mirins de escolas de samba do Rio, que emendou em um “Music” — a apoteose do show com a cantora e Pabllo Vittar, as duas de verde e amarelo — o afago que se esperava aos brasileiros, seus fãs tão fiéis.


Nos telões, imagens de personalidades como Paulo Freire, a jogadora Marta, Marielle Franco, o cacique Raoni, Marina Silva, Mano Brown. Tudo isso vestindo camisa semelhante a da seleção brasileira de futebol. No fim do número, um abraço apertado em Pabllo Vittar com a bandeira brasileira projetada ao fundo.


Um dos momentos mais quentes da noite foi quando Madonna, na performance da canção “Hung up”, realizou um número de dança ao lado de bailarinas e bailarinos sem camisa, com os seios e os peitorais à mostra. Ao fim, ela deu um beijo na boca de uma das dançarinas. A multidão mostrou empolgação com a música.


Pontos baixos


Demora para passar pelos bloqueios. Considerados fundamentais no sucesso do esquema de segurança para o show, os pontos de revista causaram demoradas filas em muitos dos acessos à praia. A policial civil de São Paulo Carla Martins, de 50 anos, conta ter tido dificuldade para passar pelo ponto de revista da Rua Figueiredo de Magalhães.


Ficamos cerca de 1h30 para entrar. Eram três filas que desembocam numa muvuca só.


Som baixo e atraso


No início da apresentação, pouco antes das 23h, houve muita reclamação quanto à qualidade e volume do som mesmo em pontos não tão afastados. A insatisfação com o áudio foi motivo para dispersar o público na lateral do palco. Muitas pessoas que se apertavam para ver a diva pop simplesmente abandonaram seus lugares.


“A gente passa um perrengue para prestigiar uma artista como ela e chegamos aqui e esse som horrível. Eu acho que tinha que ter a visibilidade de todos os ângulos, telão na lateral. Mas enfim, vale para dizer no futuro “eu fui”, ouvi mal, mas fui” disse a supervisora de logística Fernanda Valente, que tentava assistir ao show com a filha de 13 anos.


Um pouco mais longe dali, na altura do Posto 2, a mineira Larissa dos Santos, de 22 anos estava indignada: “Isso é um absurdo. Tiveram tantos dias para testar o som e mesmo assim não está adiantando”, reclamou.


O atraso de poucos mais de uma hora (o show estava programado para 21h45 e começou pra valer apenas às 22h47) também desagradou parte do público.


Revista Exame


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