Aviação acreana enfrenta período mais crítico desde a queda do avião da Rico

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30 de agosto de 2002, 23 pessoas morreram na queda do voo 4823 da Rico Linhas Aéreas - Foto: Reprodução

O Painel Sipaer de Ocorrências Aeronáuticas na Aviação Civil Brasileira registrou em 2024 sete acidentes ou incidentes aéreos no Acre e o número deve aumentar nos próximos dias com a inclusão da queda do avião Cessna de prefixo PT-DFX no rio Tarauacá, no interior do estado, na manhã dessa segunda-feira (20).


Só nos últimos 12 meses, o número de registros já é de 13 ocorrências com 14 óbitos, evidenciando os últimos dois anos como os mais mortais e perigosos da aviação no Acre desde 30 de agosto de 2002, quando o voo 4823 da Rico Linhas Aéreas caiu em Rio Branco, matando 23 das 31 pessoas a bordo.


Para se ter uma ideia, o Acre é o penúltimo lugar no ranking de quantidade de aeronaves registradas na Agência Nacional da Aviação Civil – ANAC, com 64 aviões e helicópteros, ficando à frente apenas de Sergipe, que tem 35 aviões e helicópteros. Apesar disso, o baixo número de aeronaves não tem refletido em menor incidência de acidentes ou incidentes aeronáuticos, já que o Acre é o 21º estado com maior número de registros nos últimos 10 anos; acima de Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Amapá.


Antes de detalhar as estatísticas da Força Aérea Brasileira, é necessário explicar que as informações são categorizadas em 3 tipos:


Acidente: Toda ocasião em que uma pessoa esteja embarcada numa aeronave e sofra lesão grave ou morte em razão de estar no interior da aeronave, ou por ter tido contato com ela, inclusive com partes que tenham se desprendido.


Incidente: Um incidente é uma ocorrência aeronáutica associada a operação aeronáutica que afete a segurança da operação (por exemplo, carcaça de animais mortos na pista).


Incidente grave: A diferença entre o incidente grave e o acidente está apenas nas consequências. Envolve circunstâncias que indiquem que houve elevado risco de acidente relacionado à operação de uma aeronave, ou seja, quando ninguém se fere ou morre, mas o risco era iminente.


Desde 2014, o Acre registrou 16 acidentes, 28 incidentes e 11 incidentes graves, com maior parte das anotações ligadas à falha ou mau funcionamento de componente ou sistema (18 ocorrências), seguido por mau funcionamento do motor (7 ocorrências), colisão com ave (7 ocorrências), excursão de pista (6 ocorrências), ou problemas estruturais em aeródromos (3 ocorrências). Em 9 casos, foram registrados mais de um tipo de ocorrência ao mesmo tempo.


Ainda segundo os dados do Painel Sipaer, a operação de Táxi Aéreo tem maior número de ocorrências (20), mas destas, apenas 5 receberam classificação de acidente. Na aviação privada, no entanto, quando o voo não envolve uma transação comercial entre passageiro e piloto ou CIA aérea, o número de registros é menor, mas 9 das 18 ocorrências foram classificadas como acidentes (veja o gráfico abaixo).


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Foto: Painel Sipaer/FAB/Reprodução

Já a respeito da localização dos registros, Rio Branco lidera com 28 ocorrências, mas 23 são incidentes, 3 são acidentes e 2 são incidentes graves. Manoel Urbano e Feijó despontam em segundo e terceiro lugar com 4 e 3 acidentes respectivamente (veja o gráfico abaixo).


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Foto: Painel Sipaer/FAB/Reprodução

Reprodução


De acordo com as investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos – CENIPA já concluídas, o fator que mais contribuiu para a ocorrência de acidentes e incidentes graves registrados no Acre são desempenho técnico do ser humano (57.1%), como erro no planejamento do voo, erro de julgamento na altitute, erro ou falta de comunicação, falta de treinamento e capacitação. Os demais aspectos estão empatados com 14.3%, são eles: Infraestrutura aeroportuária, aspecto psicológico e elementos relacionados ao ambiente operacional (veja o gráfico abaixo).


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Foto: Painel Sipaer/FAB/Reprodução

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