Na quarta-feira (3) foi detalhado pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho, o plano de implantação da TV 3.0 no Brasil, a nova geração da TV digital para canais da TV aberta e por assinatura.
Previsto para ser implementado em 2025, a TV 3.0 trará melhorias de imagem e som e maior interatividade com o espectador.
Com o novo padrão, as TVs terão um salto de resolução, do Full HD (1.920 x 1.080 pixels) para 4K (3.840 x 2.160 pixels) ou até 8K (7.680 x 4.320 pixels). Além da maior definição de imagem, a TV 3.0 terá melhoria de cor, nitidez e contraste, com suporte à tecnologia de dinâmica de alto alcance (High Dynamic Range ou HDR).
Já o componente interativo da TV 3.0 exigirá conexão com a internet. Os tipos de interação dependerão do provedor de conteúdo, mas, será possível, por exemplo, acessar e responder enquetes, escolher entre diferentes câmeras em um reality show, jogo de futebol ou realizar compras online dos itens apresentados na tela.
A TV 3.0 também poderá disponibilizar serviços e políticas públicas para a população, principalmente de baixa renda, como programas de saúde e educação.
O Ministério das Comunicações também afirma que será possível personalizar os temas e as propagandas disponíveis nos canais. De acordo com o Ministério das Comunicações, essa interatividade abrirá novas possibilidades de geração de receitas, com campanhas publicitárias interativas.
Haverá uma integração da TV com aplicativos, que permitirão uma navegação mais interativa. Além do conteúdo já transmitido ao vivo por sinal aberto, será possível acessar conteúdos adicionais sob demanda, incluindo séries, jogos e programas.
De acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no final de 2023, 91,5% das residências brasileiras, ou 68,9 milhões, utilizavam a internet em 2022. Contudo, 6,4 milhões de casas ao redor do País não têm acesso à rede.
Quando irá acontecer?
Após uma chamada internacional, o governo estuda qual dos dois modelos aprovados deve implementar: o japonês ou o americano, sem descartar uma mescla com o sistema europeu.
A meta do Ministério das Comunicações é definir qual será a tecnologia usada até 31 de dezembro de 2024 para que, no início de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assine um decreto para que as emissoras se adequem ao cronograma de implantação, a tempo da Copa do Mundo de futebol, em 2026.
A migração para o novo padrão acontecerá gradativamente, começando pelas grandes cidades.
Quanto irá custar?
O acesso à TV 3.0 será gratuito, mas, além da conexão com a internet para os componentes interativos, dependerá inicialmente de um conversor, até que as TVs disponíveis no mercado brasileiro estejam totalmente preparadas para receber o sinal do novo padrão.
O ministério das Comunicações ainda não tem uma definição sobre a distribuição gratuita de conversores para o sinal de TV 3.0. Na migração da TV analógica para a digital, o governo ofereceu conversores de sinal gratuitamente para famílias de baixa renda.