Comerciantes do Mercado Municipal Elias Mansour, em Rio Branco, estão boquiabertos com a suposta falta de planejamento no tratamento da reforma do espaço, orçada em R$ 30 milhões. De acordo com os feirantes, diferente do que tem anunciado a Prefeitura de Rio Branco, as reuniões entre os trabalhadores do local e a gestão não tem levado em conta os anseios da categoria.
Antônimo Torres Cabreiro, presidente da associação dos moradores da estrada do Quixadá, disse ao ac24horas na manhã desta segunda-feira (29) que os presidentes de associação não têm sido consultados, mas comunicados das mudanças que estão por vir. “Do anúncio de demolição até a demolição vão ser menos de 10 dias, porque o que nos passaram é que a coisa aqui vai começar no dia 5, o que mostra que faltou planejamento. Nós temos uma vida aqui, as pessoas têm como referência esse local para nos encontrar, e aí de repente vamos ter que sair daqui, sem publicidade, sem nada? Essas reuniões que estão acontecendo não é pra gente ser ouvido, é pra nós ouvirmos o que eles têm a dizer”, falou o produtor.
Mary Elaine, vendedora de hortaliças, disse que não é contra a execução da reforma, mas pontuou que a falta de planejamento explicitada pela pressa das ações podem acarretar a falência de trabalhadores e pode estar ligada a uma aproximação do período eleitoral. “A gente sabe que deixa pra fazer no período de eleição porque aí dá a impressão de que se o Bocalom não for reeleito a obra não vai continuar, mas tudo bem, que faça, esse jogo político já é normal. A gente já sabia que essa reforma ia acontecer, mas não sabíamos quando, aí de uma hora pra outra dizem ‘é agora’, e não dá tempo da gente se planejar. Tem gente aqui que paga aluguel de casa, parcela de carro, moto, e aí a nossa renda vai cair de uma vez, vamos ficar devendo?”, argumentou.
Mudança de local ainda é incógnita
Com a derrubada do Mercado Elias Mansour, os vendedores devem ser realocados para outro local por 12 meses – que é o tempo estimado para a edificação do novo Mercado. Segundo entrevistados pela reportagem, a Prefeitura de Rio Branco pretende levar os feirantes para o Parque da Maternidade, mas o local mais aceito seria o próprio Calçadão da Benjamin Constant, a poucos metros do Mercado.
“Por ali tem um espaço vazio gigante e passam, por dia, de 25 a 30 mil pessoas por dia. Se for pra tirar a gente daqui, lá é o melhor lugar”, disse Mary Elaine.
O secretário de Agropecuária de Rio Branco Eracides Caetano disse ao ac24horas que a demolição do Mercado Municipal Elias Mansour não vai acontecer até que todos os feirantes e comerciantes sejam realocados, e disse que a respeito do local de mudança, o Parque da Maternidade foi uma escolha feita pela maioria dos representantes.
“A demolição já está licitada e pronta para acontecer, mas não existe prazo porque só vamos começar isso quando todos os trabalhadores estiverem em seu novo local. O novo ponto escolhido foi o Parque da Maternidade, mas é claro que vai haver discordância entre eles, porque o que nós podemos fazer é ouvir a maioria. A Prefeitura vai fazer as instalações adequadas do local para receber os freezers e toda a estrutura que é necessária ali na entrada do Parque da Maternidade, em frente ao Terminal Central”, disse Eracides.