O ex-vice-presidente do Equador preso na última sexta-feira (5), após a polícia invadir a embaixada do México em Quito, foi internado no Hospital Naval de Guayaquil nesta segunda (8).
Jorge Glas teria passado mal após se negar a comer alimentos do serviço penitenciário, segundo o governo equatoriano.
De acordo com o Serviço Penitenciário do país, durante a contagem matutina realizada na prisão, os guardas penitenciários viram que Glas não respondeu à chamada.
Segundo o organismo, os protocolos de segurança foram ativados e “determinou-se que a pessoa privada de liberdade Jorge G. sofreu uma possível descompensação por sua negativa a consumir alimentos fornecidos por esse Serviço do Estado durante as últimas 24 horas”.
#ComunicadoOficial | El Servicio Nacional de Atención Integral a Personas Adultas Privadas de la Libertad y a Adolescentes Infractores informa: pic.twitter.com/7c1i83EpZp
— SNAI Ecuador 🇪🇨 (@SNAI_Ec) April 8, 2024
Glas foi transferido para o Hospital Naval de Guayaquil e internado às 12h45 do horário local. Segundo o serviço penitenciário do país, o estado de saúde do ex-vice-presidente é “estável” e ele “permanecerá em observação nas próximas horas”, antes de retornar ao presídio.
O governo equatoriano ainda pede que os meios de comunicação se informem “pelos canais oficiais”. Mas a confirmação da internação de Glas vem após horas de a imprensa local informar que ele havia sido hospitalizado e cobrar informação oficial.
O jornal El Universo tinha noticiado que ele foi internado devido a uma “suposta overdose de remédios”, segundo militantes do movimento Revolução Cidadã, partido liderado por Rafael Correa, de quem Glass foi vice.
O canal Teleamazonas, ao contrário do que afirma o serviço penitenciário, afirma que o ex-vice-presidente foi internado emergencialmente e está em um “coma induzido”.
“Segundo um boletim policial, Glas teria ingerido uma overdose de remédios ansiolíticos, antidepressivos e sedantes e teria se intoxicado”, registrou o canal em seu site.
A Rádio Pichincha noticiou, também citando fontes da Revolução Cidadã, que ele foi levado ao hospital após “registrar uma intoxicação com os remédios que ingeriu por uma forte dor em sua coluna”. O meio de comunicação, no entanto, afirma que o ex-vice-presidente está fora de perigo.
Entenda o caso
A polícia equatoriana invadiu a embaixada do México em Quito, na capital do Equador, na sexta-feira (5), e prendeu o ex-vice-presidente do país Jorge David Glas Espinel, que estava vivendo na embaixada desde dezembro, onde pediu asilo político alegando perseguição.
Glas foi condenado duas vezes no Equador por acusações de corrupção. Ele serviu no governo do ex-presidente de esquerda Rafael Correa entre 2013 e 2017.
O governo do presidente Daniel Noboa considera corrupção um crime comum e, portanto, argumenta que a concessão de asilo não corresponderia ao caso. Após a invasão da embaixada, Glas foi levado para uma penitenciária de Guayaquil.
A invasão da sede diplomática levou o México a romper relações com o Equador. No domingo (7), todo o corpo diplomático mexicano e seus familiares voltaram para seu país.
O episódio provocou um repúdio generalizado da comunidade internacional. Praticamente todos os países da América do Sul repudiaram a invasão.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, afirmou estar “alarmado” com a violação da sede diplomática.