O jogador Robinho, condenado a nove anos de prisão, falou pela primeira vez sobre a sentença por estupro na Itália. A entrevista concedida à jornalista Carolina Ferraz será exibida pela TV Record no próximo domingo, 17, dias antes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir se homologará a sentença italiana.
Em trecho da entrevista publicada pela emissora nas redes sociais, Robinho questiona: “Por que só eu ‘tô’ respondendo por isso?”. Em outro momento, quando questionado se acredita que será obrigado a cumprir pena no Brasil, ele responde: “Eu não ‘tô’ pedindo para me inocentarem sem provas, eu tenho as provas”.
A exibição da entrevista antecede o julgamento de ministros do STJ para a homologação da sentença que o condenou a nove anos de prisão por estupro na Itália. De acordo com a CNN, a Corte Especial deve autorizar a ordem de prisão dele em julgamento que ocorrerá no próximo dia 20, com transmissão ao vivo pelo YouTube.
A informação foi repassada de maneira reservada por ministros do STJ. A prisão do jogador ocorrerá caso a decisão, proferida em última instância em janeiro de 2022, seja validada para cumprimento no Brasil.
O colegiado do STJ responsável pelo julgamento da homologação é composto por 15 ministros mais antigos do Tribunal, entre eles, o relator Francisco Falcão, que dá início à votação. Além de Robinho, o amigo dele, Ricardo Falco, foi condenado pela Justiça italiana à mesma pena, pelo mesmo crime. No entanto, o pedido de homologação em relação a ele está em outra fase processual.
Relembre o caso
Conforme a Justiça italiana, Robinho e cinco amigos estupraram uma jovem albanesa no camarim da boate milanesa Sio Café, onde a vítima comemorava seu aniversário, em 22 de janeiro de 2013. Na época, o jogador atuava no Milan.
Em dezembro de 2017, ele foi condenado em primeira instância. A defesa recorreu da decisão, e, em 19 de janeiro de 2022, o ex-Milan foi condenado em última instância pela Justiça italiana. Em 16 de fevereiro daquele ano, foi emitido um mandado de prisão internacional.
Além de outras provas, a Justiça se baseou principalmente nas gravações telefônicas interceptadas, que mostraram que Robinho admitiu participação no estupro. Outras conversas foram captadas por um grampo instalado pela polícia italiana no carro do atacante. Para a Justiça do país, as conversas são “auto acusatório”.
Na época, a defesa de Robinho afirmou que o atleta não cometeu o crime e que houve um “equívoco de interpretação” em relação a conversas interceptadas com autorização judicial, pois alguns diálogos não teriam sido traduzidos de forma correta para o idioma italiano. No entanto, segundo o Estadão, as gravações provam o contrário.
A repercussão do caso fez com que Robinho tivesse a contratação suspensa pelo Santos, em outubro de 2020. Desde março de 2023, o jogador está proibido de sair do País, após entregar seu passaporte por determinação do STJ. Atualmente, o jogador vive em Santos, no litoral de São Paulo.
Fonte: Terra