A PEC da autonomia financeira do Banco Central estremeceu a relação entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Conforme fontes ouvidas pela CNN, Haddad ficou aborrecido com o fato de Campos Neto ter encaminhado a PEC sem avisar ao Executivo depois de ter se encontrado pessoalmente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por três vezes.
Os encontros de Lula e Campos Neto – que é alvo constante de ataques do PT – foram intermediados por Haddad. A iniciativa de Campos Neto expôs o ministro ao fogo amigo dentro do partido e voltou as fechar as portas do Planalto para o presidente do BC.
Na avaliação de pessoas próximas ao ministro da Fazenda, a discussão é precipitada e veio a público antes de estar madura dentro do governo. O interesse de Campos Neto estaria em deixar um legado que, eventualmente, o auxiliasse em voos políticos no futuro, dizem essas fontes.
Já pessoas próximas ao presidente do Banco Central dizem que nenhum acordo foi descumprido e que a Fazenda estava ciente de todas as iniciativas tomadas. Elas afirmam que não havia um compromisso para que o assunto não viesse a público e que a PEC não tira poder de governo, mas aumenta apenas a autonomia financeira do BC para fazer investimentos.