O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, que visita Rio Branco até o domingo, 24, não quis falar com a imprensa sobre a segunda prisão do seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, ocorrida nesta sexta-feira, 22. Ao ouvirem o questionamento da reportagem, seguranças que fazem a guarda pessoal de Bolsonaro agiram com hostilidade.
O ac24horas tentou por duas vezes ouvir o ex-presidente sobre a prisão de Mauro Cid. Na primeira oportunidade, no hall de entrada para o auditório de uma universidade onde acontecia um seminário de segurança pública, Bolsonaro não respondeu. Seguranças empurraram o autor da pergunta no local (veja o vídeo). No segundo momento, já na saída do evento, Bolsonaro não atendeu ao pedido de declaração e foi para a casa de luxo onde se hospeda, no Residencial Ecoville.
Veja o vídeo:
Entenda a prisão de Mauro Cid
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, voltou a ser preso nesta sexta-feira (22) após prestar depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre áudios vazados em que ele critica Alexandre de Moraes e a Polícia Federal (PF).
Após o término da audiência de confirmação dos termos da colaboração premida, que durou cerca de 1h30, foi cumprido mandado de prisão preventiva expedido pelo Ministro Alexandre de Moraes contra Cid por descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça. Cid foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) pela PF.
Os áudios publicados pela “Veja” indicam que Mauro Cid teria afirmado a um interlocutor que os policiais, ao interrogá-lo, queriam que ele falasse coisas que não aconteceram.
“Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”, teria dito Mauro Cid em uma mensagem de áudio enviada, segundo a revista, a um amigo.
A conversa, afirma a revista, teria durado mais de uma hora. “Eles estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu?”, teria dito o militar ao amigo.
“Sentença pronta”
Sobre Alexandre de Moraes, a “Veja” informou que Cid fez uma série de considerações sobre a condução do processo. “O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta”, teria afirmado. Os áudios teriam sido gravados após o último depoimento de Cid à PF, em 11 de março.
Cid é considerado uma das principais peças da apuração sobre a possível tentativa de golpe encabeçada por Bolsonaro, integrantes de seu governo e aliados. O STF homologou o acordo de delação do ex-ajudante de ordens em 9 de setembro de 2023.
Como a delação está em andamento, o STF mantém sob sigilo o acordo. Cid já prestou sete depoimentos à PF. O último durou aproximadamente oito horas.
Com informações da CNN.