Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, desmentiu o senso comum de que fumar emagrece e, mais do que isso, indicou que ocorre justamente o contrário: o tabagismo leva ao acúmulo de gordura visceral.
Os pesquisadores descobriram que, embora os fumantes muitas vezes tenham um peso corporal menor do que as pessoas que não fumam, eles têm maior tendência em acumular gordura visceral na região do abdômen. Os resultados foram publicados na revista científica Addiction, nessa quarta-feira (20/3).
A gordura visceral não é aparente. Ela fica ao redor dos órgãos na cavidade abdominal, e aumenta o risco para doenças cardíacas, diabetes, acidente vascular cerebral (AVC) e demência.
Para chegar aos resultados, os cientistas usaram pesquisas anteriores que já tinham identificado os genes ligados à dependência do cigarro e à gordura visceral.
Com essas informações, eles analisaram perfis de bancos de dados genéticos e perceberam que era bastante comum que genes ligados à dependência do cigarro estivessem expressados em conjunto com genes ligados ao acúmulo de gordura visceral. A partir daí, surgiu a hipótese de que o vício de fumar seria um gatilho para a gordura perigosa, que não está necessariamente relacionada ao peso, mas é muito ruim para a saúde.
“Como nosso estudo pesquisa variações genéticas, é menor a influência de contextos socioeconômicos. Com isso, percebemos que a influência do tabagismo na gordura da barriga e nas vísceras parece acontecer independentemente de outros fatores, como uso de álcool”, explicou o geneticista Germán Carrasquilla, principal autor do estudo, em comunicado à imprensa.
Fonte: Metrópoles