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Casas desmoronam em Xapuri e pelo menos 14 famílias não têm para onde voltar

Rua Major Salinas – Xapuri FOTO: Raimari Cardoso


 


A tarde dessa última quarta-feira, 6, foi de emoção e tristeza para – pelo menos – duas famílias em Xapuri em uma das áreas mais atingidas pela segunda maior cheia do Rio Acre na história da cidade localizada a 182 km de Rio Branco.


Imagens feitas por populares mostram o cenário de destruição deixado pela enchente na rua Major Salinas, uma das regiões mais tradicionais de Xapuri. Em uma delas, aparece o que restou de uma residência desmoronando completamente.


O seringueiro aposentado José Ribamar Ferreira da Silva, de 65 anos, é proprietário de uma das casas levadas pelo desmoronamento do barranco. Ele contou ao ac24horas que residia no lugar há oito anos junto com esposa.


José Ribamar – Foto: Raimari Cardoso

“Uma sensação de muita tristeza e desesperança no futuro, pois com a idade que nós temos e sem ter para onde ir é uma condição muito difícil, mas acreditamos em Deus, estamos sendo bem atendidos pela Defesa Civil e esse é o nosso consolo”, disse.


Izaque Pereira da Silva, de 65 anos, também é seringueiro aposentado. Ele é o dono da casa de alvenaria que aparece no desabando no vídeo. Divorciado, ele morava sozinho na casa, mas disse que costumava receber os filhos na residência.


Izaque Pereira – Foto: Raimari Cardoso

“Não podemos ir contra a vontade de Deus, contra a natureza, mas é um sentimento muito ruim a gente ver o único bem, que é a casa de moradia, ir embora assim. Tenho esperança que encontrarei uma nova casa com o aluguel social”, afirmou.


José Ribamar, que está em um dos abrigos da prefeitura, e Izaque, que está na casa de amigos, fazem parte de um grupo de mais de 14 famílias que não têm para onde voltar em virtude de suas casas terem desmoronado ou estarem interditadas pela Defesa Civil.



Ele informou também que uma equipe da Defesa Civil Nacional virá à cidade com técnicos especializados em reconstruções de casas. No entanto, a prefeitura já sabe que novas casas não poderão ser construídas nos mesmos locais.


“Vamos construir onde, considerando que todas estão em áreas de risco? Há uma série de fatores que temos que estudar e será uma coisa a longo prazo. No caso dessas 14 famílias preliminares, elas irão para a assistência do aluguel social”, explicou.


O coordenador da Defesa Civil Municipal de Xapuri, Josué Ferreira, informou que as 14 famílias citadas são apenas as relacionadas entre as que estão nos abrigos públicos, ainda faltando levantar as que estão desalojadas, em casas de parentes e amigos.



A enchente do Rio Acre em Xapuri atingiu a segunda maior cota da história com 17,09 metros. Foram quase 5 mil pessoas atendidas pela Defesa Civil, afetadas de alguma maneira pelo desastre. Mais de 200 famílias foram desabrigadas ou desalojadas.


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