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Câmara pode votar hoje mudanças no Ensino Médio; veja o que está em jogo

Câmara dos Deputados pode votar nesta quarta-feira (20) o projeto que define mudanças nas regras do Novo Ensino Médio.


Pelo texto do relator, deputado Mendonça Filho (União-PE), ao qual o g1 teve acesso, a nova divisão da carga horária prevê 2.400 horas para disciplinas obrigatórias e 600 horas para as optativas, assim como estava previsto no projeto original do enviado em outubro.


📚 Hoje, todas as redes de ensino do país, públicas e privadas, têm que destinar 1.800 horas para disciplinas obrigatórias e 1.200 horas para optativas (itinerários formativos ou curso técnico escolhidos pelo aluno).


Em dezembro, o relator havia proposto uma distribuição diferente. O recuo dele acontece na tentativa de resolver problemas da reforma que mudou a grade curricular e oferta de disciplinas optativas em todas as escolas brasileiras, que gerou amplo debate e críticas incisivas ao governo federal.


Se for aprovado na Câmara, ainda precisará ser analisado pelo Senado.


Principal tópico das negociações

 


O principal embate entre o Ministério da Educação (MEC) e o Congresso era a respeito da distribuição das horas/aula do novo ensino médio entre as disciplinas obrigatórias (aquelas previstas na Base Nacional Comum Curricular, BNCC) e as recém-criadas disciplinas optativas (ou itinerários formativos).


No novo modelo, que já está em vigor, a etapa escolar prevê 3.000 horas totais, divididas nos três anos da etapa.


Na versão que começou a ser implantada em 2022, a distribuição das horas/aula era de 60% para as aulas obrigatórias e 40% para as optativas, o que gerou muitas das críticas ao novo modelo.


Na nova distribuição, presente no relatório de Mendonça Filho, as disciplinas obrigatórias ocupariam 80% da grade da etapa escolar.


Impasse resolvido

 


Inicialmente, em relatório apresentado em dezembro, o relator chegou a defender uma redistribuição da carga horária total, com aumento das disciplinas obrigatórias para 2.100 horas, abaixo do que queria o MEC.


O impasse, no entanto, parece ter sido resolvido, já que Mendonça Filho acatou esse pedido do ministério.


Apesar de ceder em relação à redistribuição das horas/aula, o deputado deve apresentar outros ajustes de maneira diferente do que foi pedido anteriormente pelo governo.


COMO É HOJE E COMO PODE FICAR O NOVO ENSINO MÉDIO

 


➡️ CARGA HORÁRIA


Como é hoje:


  • •1.800 horas para disciplinas obrigatórias; e
  • •1.200 horas para optativas (itinerários formativos ou curso técnico escolhidos pelo aluno).

 


Como o governo quer e o relator propõe:


  • •2.400 horas para disciplinas obrigatórias; e
  • •600 horas para optativas (itinerários formativos escolhidos pelo aluno).

 


➡️ DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS


Como é hoje:


  • •Apenas português e matemática precisam estar presentes em todos os anos do ciclo, assim como estudos e práticas de educação física, arte, sociologia e filosofia.

 


Como o governo queria:


  • •Tornar obrigatórias em todos os anos língua portuguesa e suas literaturas; língua inglesa; língua espanhola; arte; educação física; matemática; história, geografia, sociologia e filosofia; e física, química e biologia.

 


Como o relator propõe:


  • •Tornar obrigatórias em todos os anos linguagens e suas tecnologias, integrada pela língua portuguesa e suas literaturas; língua inglesa; artes, em suas múltiplas linguagens e expressões; e educação física; matemática e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias, integrada pela biologia, física e química; ciências humanas e sociais aplicadas, integrada pela filosofia, geografia, história e sociologia.

 


➡️ ITINERÁRIOS FORMATIVOS


Como é hoje:


  • •as redes definem quantos e quais itinerários formativos vão ofertar.

 


Como o governo queria:


  • •delimitação de 4 possibilidades de itinerários formativos, devendo cada um contemplar ao menos 3 áreas do conhecimento; ou curso de formação técnica e profissional. Cada escola deveria ofertar no mínimo dois itinerários.

 


Como o relator propõe:


  • •delimitação dos itinerários formativos para aprofundamento nas áreas do conhecimento, devendo cada um contemplar ao menos uma dessas áreas; ou curso de formação técnica e profissional.
  • •Cada escola deve ofertar no mínimo dois itinerários (exceto as que ofertarem também o ensino técnico).

 


➡️ CARGA HORÁRIA DO ENSINO TÉCNICO


Como é:


  • •1.200 horas (equivalente à carga de outras disciplinas optativas).

 


Como o governo queria:


  • •Permissão excepcional para que as redes ofertassem disciplinas obrigatórias em 2.100 horas, desde que articuladas com um curso técnico de, no mínimo, 800 horas.

 


Como o relator propõe:


  • •1.800 horas para disciplinas obrigatórias; e
  • •1.200 horas para o curso técnico escolhido (diferente da carga de outras disciplinas optativas).

 


➡️ ENSINO À DISTÂNCIA


Como é hoje:


  • •A legislação permite que os conteúdos possam ser dados por meio de atividades on-line e que os sistemas de ensino possam firmar convênios com instituições de educação à distância.

 


Como o governo queria:


  • •Proibir a oferta dos componentes curriculares da Formação Geral Básica na modalidade de Educação à Distância e regulamentação da oferta dessa modalidade em contextos específicos para os itinerários formativos.

Como o relator propõe:


  • •Carga horária destinada à formação geral básica deve ser ofertada de forma presencial, admitido, excepcionalmente, ensino mediado por tecnologia, com base em regulamento a ser elaborado.

 


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