Dois presos fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, na região Oeste do Rio Grande do Norte. Esta é a primeira fuga registrada na história do sistema penitenciário federal, que conta com cinco presídios de segurança máxima.
Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 34 anos, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”. Ambos são do Acre e estavam na penitenciária de Mossoró desde 27 de setembro de 2023.
Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar – preso na mesma unidade – e foram transferidos para o presídio federal de Mossoró após se envolverem em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco. A rebelião resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados.
A Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Norte confirmou durante a manhã desta quarta-feira (14) que recebeu solicitação de apoio para recaptura e “o apoio está sendo dado”. A Secretaria de Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte também informou que auxilia as operações de busca.
Até a última atualização desta matéria, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) não havia confirmado a fuga oficialmente, ou informado detalhes do caso.
No site da Senappen consta que “desde a sua criação, o Sistema Penitenciário Federal (SPF) é referência de disciplina e procedimento, uma vez que nunca houve fuga, rebelião nem entrada de materiais ilícitos nas unidades penitenciárias, aplicando-se fielmente a Lei de Execuções Penais (LEP)”.
Além de Mossoró, o sistema federal tem presídios em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Brasília (DF), que recebem presos de alta periculosidade.
Presídios potiguares
Embora esta seja a primeira fuga do presídio federal, o Rio Grande do Norte tem histórico de problemas nos presídios do sistema estadual. Um dos principais casos foi o Massacre de Alcaçuz, em 2017, que acabou com 27 mortos e mais de 50 fugitivos da maior penitenciária do estado.
Em março de 2023, mais de 300 ataques orquestrados por uma facção criminosa foram realizados em várias cidades potiguares. Criminosos atiraram contra imóveis e veículos, e provocaram incêndios criminosos em prédios públicos, privados, carros e ônibus.
Segundo o Ministério Público, a causa dos ataques foi a insatisfação dos detentos com a ausência de “regalias”, inclusive visitas íntimas, que estavam suspensas desde o massacre de Alcaçuz.