A Otan vai mobilizar mais de 1.200 veículos de combate, entre navios, caças, helicópteros, drones e tanques de guerra, no maior exercício militar desde a Guerra Fria. Eles se juntarão aos 90 mil soldados de países membros da aliança e da Suécia que serão convocados. O anúncio do exercício foi nesta quinta-feira (18).
Os militares participarão de uma série de exercícios conjuntos que trabalharão com o cenário de um “ataque russo”, segundo o comandante-geral da Otan na Europa, o general Christopher Cavoli.
Segundo a Otan, os veículos de combate que participarão do exercício militar estão distribuídos da seguinte forma:
- •Ao menos 50 navios, de porta-aviões a destróieres;
- •Mais de 80 caças, helicópteros e drones;
- •Pelo menos 1.100 veículos de combate, incluindo 133 tanques e 533 veículos de combate de infantaria.
Os exercícios começarão na semana que vem e durarão até meados de maio, segundo o comandante. E terão a cooperação de soldados da Suécia, país que ainda não faz parte da aliança, mas já solicitou formalmente o ingresso.
“A aliança vai demonstrar sua habilidade para reforçar a região do Atlântico e da Europa com um movimento transatlântico de forças”, disse Cavoli.
O comandante afirmou que as manobras não têm uma motivação específica e acontecem como parte de exercícios anuais da aliança. Mas disse também que a convocação das manobras deste ano são as maiores desde 1988, quando, em plena Guerra Fria, a aliança mobilizou 125 mil soldados.
Ainda segundo Cavoli, as tropas este ano simularão uma invasão russa a um dos países membros. Em uma das simulações, os militares treinarão um deslocamento rápido para a Polônia, país membro da Otan e vizinha da Ucrânia.
Em outro momento do treinamento, os soldados irão aos países que fazem fronteira com a Rússia, como a Noruega e os países bálticos – Letônia e a Lituânia -, que também integram a Otan.
A Otan, aliança das Forças Armadas de 31 países do Ocidente, entre eles os Estados Unidos, prevê que uma invasão a qualquer um dos membros implica automaticamente em uma resposta de tropas de todos os outros membros do grupo.
Quando invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia alegou estar se defendendo diante de uma ameaça da Otan, que travava conversas com o governo ucraniano para uma possível entrada do país no bloco.
As negociações foram interrompidas desde então, mas, após a guerra estourar, a Finlândia, vizinha da Rússia e com quem compartilha uma fronteira de mais de 1.300 quilômetros de extensão, decidiu ingressar na Otan.
A entrada do país nórdico, que foi aprovada por todos os membros, fez as fronteiras entre a Otan e a Rússia dobrarem de tamanho.
A convocação recorde da Otan ocorre também no momento em que a Rússia intensificou ataques aéreos a grandes cidades na Ucrânia, em uma tentativa de mostrar força após meses sem conseguir avançar nas linhas de frente de batalha. Atualmente, soldados russos controlam cerca de 20% do território ucraniano, em áreas no leste e no sul do país.