O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (22), conforme investidores monitoravam decisões de juros na Europa e no Japão, além de repercutirem novos resultados corporativos nos Estados Unidos.
No Brasil, analistas continuam de olho no desenrolar da última medida provisória (MP) voltada para ampliação da arrecadação e a sanção do Orçamento de 2024. Programa industrial lançado pelo governo também ficou no radar.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Ao final da sessão, o dólar subiu 1,24%, cotado a R$ 4,9878, no maior patamar desde outubro. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
- •alta de 1,24% na semana;
- •e ganhos de 2,79% no mês e no ano.
Na sexta-feira, a moeda norte-americana caiu 0,08%, cotado a R$ 4,9268.
Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou com um recuo de 0,81%, aos 126.602 pontos.
Com o resultado, acumulou:
- •recuo de 0,81% na semana;
- •quedas de 5,65% no mês e no ano.
Na sexta, o índice teve alta de 0,25%, aos 127.636 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
Nesta segunda-feira (22), o Banco Central (BC) divulgou uma nova edição do boletim Focus. O mercado financeiro reduziu, pela segunda semana consecutiva, a estimativa de inflação para 2024, prevendo alta de 3,86%. A meta de inflação que o BC deve perseguir é de 3%.
A projeção para o câmbio também recuou. A estimativa, que era de um dólar a R$ 5 há quatro semanas, agora é de R$ 4,92. Nos dois casos, esse é o valor previsto para o fim de 2024.
Por fim, o mercado espera um crescimento de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. A projeção cresceu marginalmente em relação à semana anterior (1,59%).
Ainda por aqui, olhos estão na possível revogação da medida provisória (MP) que restabelece tributação sobre a folha de pagamentos. O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou na sexta-feira que há um acordo construído para que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retire o trecho.
Além da reoneração da folha, a MP inclui outras medidas pensadas pelo governo para cumprir a meta de déficit zero em 2024 – ou seja, de gastar apenas o que arrecadou no período.
“Há o compromisso do governo federal de reeditar a medida provisória para revogar esta medida provisória na parte que toca a desoneração da folha de pagamentos. Esse é o compromisso político que fizemos. E é assim que vai acontecer e se encaminharem as coisas”, prosseguiu.
A MP foi editada no fim de dezembro e anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, poucas semanas após o Congresso decidir que prorrogaria a desoneração da folha de pagamento de 17 setores intensivos em mão de obra.
Além disso, o presidente Lula vetará R$ 5,4 bilhões em emendas de comissão ao sancionar o Orçamento para 2024, nesta segunda-feira. A informação é do blog do Camarotti.
Essa modalidade de emenda tinha saltado para cerca de R$ 16 bilhões no texto aprovado pelo Congresso. Com o veto, deve retornar ao patamar de R$ 11 bilhões. A reunião para sanção do Orçamento estava marcada para as 16h desta segunda.
As atenções do mercado também estiveram voltadas para a nova política industrial anunciada nesta segunda-feira (22). A previsão é que o governo disponibilize R$ 300 milhões em financiamentos.
O montante será gerido pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
Na agenda internacional, o Banco Central Europeu (BCE) decide sobre as taxas de juros na próxima quinta-feira. A expectativa é de manutenção das taxas, mas (como tem acontecido com o Federal Reserve, o banco central norte-americano) investidores estarão atentos aos sinais passados pela autoridade monetária.
“Por um lado, as recentes sinalizações de membros do BCE têm sido mais duras, alertando para o risco de uma ação prematura. Por outro lado, os números da atividade econômica têm sido fracos, confirmando que a região pode já estar em recessão”, avalia a XP Investimentos, em relatório.
Também na quinta-feira será divulgado a primeira prévia do resultado do PIB dos Estados Unidos no quarto trimestre.
Na sexta-feira, sai o Personal Consumption Expenditure (PCE) de dezembro — ou Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal — que determina as decisões do Fed, pois mostra como os preços estão inflacionando ou deflacionando na economia.