O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), cancelou nesta segunda-feira (8) a presença no evento no Congresso Nacional que marcará um ano dos atos golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro de 2023.
Segundo a assessoria de Lira, o político seguia em Alagoas na manhã desta segunda e não retornaria à capital federal em razão de “problemas de saúde na família”.
A previsão do cerimonial era de que Arthur Lira compusesse a “mesa de honra” e discursasse no evento do Congresso. Devem falar nesse ato:
- • o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva;
- • o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG);
- • os presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, também deve discursar representando os governos estaduais. Outras autoridades, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, a primeira-dama Janja e a segunda-dama Lu Alckmin também devem compor a mesa de honra.
Pela manhã, Lira fez uma sequência de postagens no X (antigo Twitter) sobre a data.
“Há um ano as sedes dos 3 Poderes da República foram atacadas e depredadas num ato de violência que merece ser permanentemente repudiado. Todos os responsáveis devem ser punidos com o rigor da lei, dentro do devido processo legal”, diz o início da mensagem, que ressalta o papel da Câmara no enfrentamento à tentativa de golpe.
“Diálogo, busca pela formação de consensos e respeito ao dissenso e às minorias foram as marcas de um ano histórico, em que a Câmara dos Deputados cumpriu sua missão constitucional de legislar. […] A democracia, exercida por cada um dos três poderes nos termos delimitados pela Constituição, é o único caminho possível para o desenvolvimento, prosperidade, geração de emprego e renda e bem estar dos brasileiros e brasileiras”, segue a postagem.
Nesta segunda, o presidente da Câmara também se manifestou em texto enviado à abertura de uma exposição da Casa, que vai exibir objetos e obras danificados durante a invasão ao Congresso, em 8 de janeiro de 2023.
No texto, Lira diz que a Câmara dos Deputados sabe da “importância de preservar a memória para fortalecer a democracia” e agradece aos servidores que trabalharam para proteger e restaurar os ambientes da Casa.
O deputado classifica os ataques como um “desvio da rota que o Brasil escolheu para enfrentar seus desafios”.
“O desvio foi rechaçado, e temos de trabalhar para que nunca mais se repita”, afirma, apontando as aprovações de propostas importantes no Congresso como um sinal de “olhos postos para o futuro” do país.
“Reafirmo à sociedade brasileira que o plenário da Câmara dos Deputados continuará a ser a tribuna livre para todos os debates e de todas as suas vozes, mesmo quando acalorado na refrega entre diferentes visões de mundo, mas sempre altivo na defesa da democracia”, diz.
“Vamos ultrapassar esses abomináveis episódios sem nunca nos esquecermos deles. Viva a democracia brasileira”, completa Arthur Lira.