O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta segunda-feira que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem o desafio de manter o rigor fiscal para manter a trajetória de redução de juros, e que uma taxa de câmbio com o dólar entre R$ 4,90 e R$ 5 é “competitiva”.
“Temos um desafio pela frente: manter rigor fiscal para juros continuarem a cair. O câmbio está competitivo, câmbio de R$ 4,90, R$ 5 é um câmbio competitivo”, disse Alckmin, que está no exercício da Presidência enquanto Lula faz viagem internacional à Alemanha.
“A questão fiscal deve melhorar com a reforma tributária. Quanto menos exceções e mais rápida a transição, mais eficiência ela traz no seu resultado”, acrescentou em seu discurso durante Encontro Anual da Indústria Química, em São Paulo.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros Selic em 0,5 ponto percentual em cada uma de suas últimas três reuniões, levando o juro básico da economia de 13,75% para 12,25%.
A expectativa de agentes do mercado financeiro, apontada pela pesquisa Focus do BC, é de novo corte de 0,5 ponto percentual na reunião deste mês, a última de 2023, levando a Selic a fechar o ano em 11,75%. Para o final do ano que vem, a expectativa do mercado é de uma Selic de 9,25% ao ano.
O Focus também apontou que os agentes do mercado esperam que o dólar feche este ano a 4,99 reais e termine 2024 negociado a 5,03 reais.
No discurso nesta segunda-feira, Alckmin disse ainda que a reforma tributária, que tramita no Congresso Nacional, deve ajudar a resolver a questão fiscal do país e que quanto menos exceções os parlamentares incluírem na reforma, melhor ela será.
A proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária retornou à Câmara dos Deputados depois que o Senado alterou o texto que havia sido aprovado pelos deputados. A expectativa da equipe econômica comandada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é que as mudanças tributárias para o consumo sejam promulgadas ainda este ano.
O secretário extraordinário para a Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, afirmou por mais de uma vez que o ideal é que o texto da proposta tivesse menos exceções do que as que já foram colocadas pelos parlamentares, ao mesmo tempo em que defendeu que, mesmo assim, o texto atualmente em tramitação é bastante superior ao sistema tributário vigente.
Por se tratar de uma mudança constitucional, a reforma tributária só será promulgada após Câmara e Senado aprovarem textos idênticos em sua íntegra para a medida.