Médico afirma que Acre está entre os melhores do país no tratamento de doenças relacionadas ao fígado

Fotos: Gleison Luz/Ascom Fundhacre


 


O médico Tércio Genzini, 57 anos, é um profundo conhecedor da saúde acreana. Apesar de paulista de nascimento e morar na cidade de São Paulo, o médico também atua no Acre há quase 3 décadas.


Especialista em doenças do fígado, conta como começou a trabalhar no estado. “Em 1996, eu cuidei em São Paulo de um paciente que era funcionário da Incra aqui do Acre e tinha hepatite C. Ele fez o transplante e era muito complicado quando ele voltava para as consultas porque não tinha onde ficar. Eu morava só nesta época e ofereci estadia para ele. Quando voltou, ele contou essa história que se espalhou em Rio Branco e a Associação dos Portadores de Hepatite do Acre (Aphac) começou a me convidar para vir consultar aqui”, diz.


Tércio conta que no início, o trabalho era voluntário. “A Aphac começou a me trazer a cada três meses. Conseguiam as passagens e a hospedagem e eu atendia de forma voluntária. Mas o negócio começou a crescer tanto que o governo me chamou para atender mensalmente”, afirma.


O médico conta que as condições foram sendo construídas até que em 2014 foi feito o primeiro transplante de fígado na Fundação Hospitalar do Acre. Nos cerca de 27 anos que atua no Acre, Genzini, que estipula que tenha feito cerca de 200 procedimentos no Acre, sejam de cirurgias de alta complexidade, quanto os transplantes de fígado, afirma que o Acre está a frente da maior parte dos estados brasileiros na oferta de atendimento ao tratamento de doenças do fígado. “Na minha área, o Acre atende melhor que a maioria dos estados do país, quando falamos em serviço SUS. O resultado de sobrevivência que temos aqui é um dos melhores do país. Enquanto a média nacional é de 70%, no Acre é de 92%. Temos bons ambulatórios, cirurgiões, UTI adaptada para esse tipo de cirurgia, temos especialistas como cirurgiões. Ou seja, temos um núcleo montado aqui para o tratamento das doenças do fígado que tem em poucos locais do país”, afirma Genzini.


Fotos: Gleison Luz/Ascom Fundhacre

O médico diz ainda que existem empecilhos, mas que os que estão aos poucos corrigidos para que a oferta seja ainda mais ampliada. “Existem problemas de logística como a malha aérea que dificulta o aumento no número de transplantes e alguns procedimentos que ainda não realizados. O que é importante aqui é que a gestão é muito próxima da parte médica, o que faz com que tenhamos um diálogo para melhorar. Não temos tido mais falta de materiais para a realização de transplantes e as deficiências aos poucos vão sendo sanadas”, afirma Genzini.


Só este ano, a Fundhacre já realizou 17 transplantes de fígado. Ao todo, deste 2014, já foram realizados 79 procedimentos.


O Acre é o único estado da Região Norte que faz transplantes de fígado.


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