O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (11), iniciando uma semana de grandes expectativas para os investidores com a decisão de política monetária daqui e dos Estados Unidos, que acontecem na quarta-feira (13).
O Comitê de Política Monetária (Copom) decide o patamar da taxa básica de juros, a Selic, com expectativa de corte de 0,5 ponto percentual. A Selic deve passar dos atuais 12,25% para 11,75% ao ano.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter inalteradas as suas taxas de juros no intervalo entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Sob o mesmo cenário de alta do dólar, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em queda.
Veja abaixo o dia nos mercados.
Dólar
O dólar teve alta de 0,15%, cotado a R$ 4,9368. Na máxima do dia, chegou a R$ 4,9599. Veja mais cotações.
Com o resultado, passou a acumular:
- •alta de 0,15% na semana;
- •avanço de 0,44% no mês;
- •recuo de 6,46% no ano.
Na última sexta-feira (8), a moeda norte-americana havia fechado em alta de 0,42%, vendida a R$ 4,9295.
Ibovespa
O Ibovespa caiu 0,14%, aos 126.916 pontos. Na mínima do dia, chegou a 126.526 pontos.
Com o resultado, passou a acumular:
- •queda de 0,14% na semana;
- •retração de 0,33% no mês;
- •ganhos de 15,66% no ano.
Na última sexta-feira, o índice fechou em alta de 0,86%, aos 127.094 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
Embora a segunda-feira comece com uma agenda mais vazia no Brasil, com destaque apenas para o Boletim Focus, a semana será agitada e conta com uma série de divulgações importantes, que devem ficar no radar dos investidores.
Hoje, o Focus mostrou que economistas do mercado financeiro reduziram as estimativas de inflação para 2023, de 4,54% para 4,51%, ao mesmo tempo em que elevaram as projeções de crescimento da economia neste ano, de 2,84% para 2,92%.
As novas projeções chegam após o Produto Interno Bruto (PIB) do país surpreender na última semana, com um leve crescimento de 0,1%, enquanto as expectativas eram de contração da economia.
Nesta terça-feira (12), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deve divulgar os dados da inflação oficial de novembro. Na semana, também será divulgado o volume de serviços.
Mas o grande destaque econômico ocorre na quarta-feira, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir o novo patamar da taxa básica de juros, a Selic. As projeções de mercado dão conta de um novo corte de 0,5 ponto percentual, levando os juros do país a 11,75% ao ano.
Também na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) decide o rumo das taxas de juros americanos. A grande maioria do mercado espera uma manutenção do patamar atual das taxas, entre 5,25% e 5,50% ao ano.
A inflação ao consumidor (CPI) está em 3,2% na janela de 12 meses, ainda acima da meta de 2%. Mas os investidores e especialistas passaram a prever uma política monetária um pouco mais branda na maior economia do mundo após os últimos números de inflação indicarem um maior controle dos preços.
O S&P 500 tinha pouca movimentação e o Nasdaq recuava nesta segunda-feira, mas registraram na sexta-feira seu maior fechamento desde o início de 2022, depois que dados mostraram que a abertura de vagas de trabalho nos Estados Unidos fora do setor agrícola ficou acima do esperado, reforçando as expectativas de que a maior economia do mundo possa controlar a inflação sem entrar em recessão.
O foco agora se volta para os dados do índice de preços ao consumidor na terça-feira, que devem mostrar que a inflação geral permaneceu inalterada em novembro, e para a última decisão do ano do Fed sobre a taxa de juros, na quarta-feira.
O Goldman Sachs projeta dois cortes de juros pelo Federal Reserve no próximo ano, adiantando sua expectativa para a primeira redução. Em relatório, o banco disse esperar um corte já no terceiro trimestre do ano que vem, enquanto as estimativas anteriores apontavam apenas para dezembro de 2024.
“O crescimento saudável e os dados do mercado de trabalho sugerem que os cortes de juros não são iminentes… Mas as melhores notícias sobre a inflação sugerem que os cortes de normalização poderiam ocorrer um pouco antes”, disse o economista Jan Hatzius, do Goldman Sachs, em nota.