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Dólar cai a R$ 4,85 e tem queda de 8%, a maior em sete anos

O dólar encerrou 2023 com perda de 8,08% ante o real, a queda mais intensa desde 2016, quando perdeu 17,5%, segundo o fechamento desta quinta-feira (28), o último dia de negociação do mercado financeiro.


A divisa norte-americana encerrou o dia com alta de 0,39%, negociada a R$ 4,851 na venda. Em dezembro, a perda foi de 1,30%.


Já o Ibovespa caminha para encerrar com valorização acima de 22%, acima dos 134 mil pontos, o maior salto desde 2019, quando o índice subiu 31,58%.


Por volta das 17h15, o pregão perdia 0,12%, aos 134.010 pontos.


A divisa brasileira foi apoiada em 2023 em grande parte pelo alívio de temores fiscais domésticos e pelo diferencial de juros ainda relevante entre Brasil e Estados Unidos — temas que devem continuar norteando os negócios no ano que vem — bem como por uma forte safra agrícola no primeiro semestre.


A última sessão de um ano amplamente positivo para o real foi marcada por volatilidade nas primeiras horas de negócios, devido à disputa pelo fechamento da taxa Ptax de dezembro e aos volumes reduzidos antes do Ano Novo.


A alta do dólar frente ao real no dia acompanhou a virada para positivo no índice que compara a divisa norte-americana contra uma cesta de pares fortes, que subia 0,40% nesta tarde.


O movimento estava em linha com a alta dos rendimentos dos títulos públicos dos EUA, também chamados de Treasuries, que alguns operadores associaram a ajuste após uma tendência recente de arrefecimento das taxas e queda do dólar.


Na cena doméstica, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo enviará ao Congresso uma medida provisória estabelecendo a reoneração gradual da folha de pagamento dos 17 setores hoje isentos desse pagamento, mantendo uma desoneração parcial sobre valores equivalentes a um salário mínimo.


Haddad também anunciou que será fixada uma limitação anual das compensações tributárias para decisões judiciais determinando créditos acima de 10 milhões de reais, bem como o fim gradual do Perse, programa de benefícios tributários criado durante a pandemia da Covid-19 para proteger setores como o de eventos, hotéis e restaurantes.


Apesar da persistência de várias incertezas em relação às contas públicas, participantes do mercado notaram melhora fiscal ao longo deste ano, com esforço da equipe econômica para tentar aumentar a arrecadação e alcançar a meta de déficit primário zero em 2024, um dos fatores que explica a forte desvalorização do dólar no acumulado do ano.


Investidores também reagiram nesta quinta-feira a dados que mostraram que o IPCA-15 superou expectativas e subiu 0,40% em dezembro, embora ainda tenha fechado 2023 com alta de 4,72% — resultado que está dentro da banda de tolerância da meta oficial de inflação.


Na esteira dos dados, a economista-chefe do banco Inter, Rafaela Vitoria, disse que “não preocupa o rumo da política monetária no curto prazo, há muito espaço para os cortes de 0,50 (ponto percentual) nas próximas reuniões do Copom”.


A não aceleração do ritmo de afrouxamento monetário do BC tende a jogar a favor do real, principalmente num contexto de ampla expectativa de redução dos juros pelo Federal Reserve (fed, o BC dos EUA)no ano que vem.


Quanto maior o diferencial de juros entre o Brasil e as economias avançadas, mais interessante fica o real para uso em estratégias de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimo em países com taxas baixas e aplicação dos recursos em mercados mais rentáveis, o que também explica o fortalecimento do real no acumulado de 2023.


A força extraordinária do setor agropecuário no início deste ano foi o outro importante impulsionador do real nos últimos 12 meses, segundo participantes do mercado.


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