O pagamento do décimo terceiro salário do trabalhador brasileiro deve colocar R$ 291 bilhões na economia do país.
O levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta que este montante representa aproximadamente 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e será pago aos trabalhadores do mercado formal, inclusive aos empregados domésticos.
Os beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios também receberão o benefício.
Ao todo, cerca de 87,7 milhões de brasileiros serão beneficiados com rendimento adicional. A estimativa média do valor que cada trabalhador receberá, no total, é de R$ 3.057.
Do total de brasileiros que devem ser beneficiados com o pagamento do décimo terceiro, 53,8 milhões, ou 69,2% do total, são trabalhadores do mercado formal, entre eles, os empregados domésticos com carteira de trabalho assinada, que somam 1,5 milhão, equivalendo a 1,7% do conjunto de beneficiários.
Os aposentados ou pensionistas da Previdência Social (INSS) correspondem a 32,8 milhões, ou 37,5% do total. Além desses, quase 1 milhão de pessoas (ou 1,2% do total) são aposentadas e beneficiárias de pensão da União (Regime Próprio).
Há ainda um grupo constituído por aposentados e pensionistas dos estados e municípios (regimes próprios) que vai receber o 13º e que não pode ser quantificado.
Do montante a ser pago com o 13º, cerca de R$ 201,6 bilhões, ou 69% do total, irão para os empregados formais, incluindo os trabalhadores domésticos.
Outros 31% dos R$ 291 bilhões, ou seja, cerca de R$ 89,8 bilhões, serão pagos aos aposentados e pensionistas.
Considerando apenas os beneficiários do INSS, 32,8 milhões de pessoas receberão R$ 55,4 bilhões.
Aos aposentados e pensionistas da União serão destinados R$ 11,2 bilhões (3,8%); aos aposentados e pensionistas dos estados, R$ 17,5 bilhões (6%); e aos aposentados e pensionistas dos regimes próprios dos municípios, R$ 5,6 bilhões
Regiões
A parcela mais expressiva do 13º salário (50%) deve ser paga nos estados do Sudeste, região que, segundo o Dieese, tem a maior capacidade econômica do país e que concentra a maioria dos empregos formais e aposentados e pensionistas.
No Sul, devem ser pagos 17% do montante e no Nordeste, 15,7%.
Já às regiões Centro-Oeste e Norte cabem, respectivamente, 8,8% e 5%. Importante registrar que os beneficiários do Regime Próprio da União receberão 4% do montante e podem estar em qualquer região do país.
Ainda segundo o levantamento, o maior valor médio para o 13º deve ser pago no Distrito Federal (R$ 5.400) e o menor, no Maranhão e Piauí (R$ 2.087 e R$ 2.091, respectivamente).
Mercado formal
O estudo levantou ainda uma estimativa setorial para o mercado formal. Os dados mostraM que, para os assalariados formais dos setores público e privado, que correspondem a 52,3 milhões de trabalhadores — excluídos os empregados domésticos — a estimativa é de que R$ 199 bilhões serão pagos a título de 13º salário, até o final do ano.
A maior parcela do montante deve ser distribuído aos ocupados no setor de serviços (incluindo administração pública), que ficarão com 62,5% do total destinado ao mercado formal.
Os empregados da indústria receberão 16,1%; os comerciários terão 13,1%; aos que trabalham na construção civil será pago o correspondente a 4,1%, enquanto 4,2% serão recebidos pelos trabalhadores da agropecuária.
Para o cálculo do pagamento do 13º salário em 2023, realizado pelo Dieese, foram reunidos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Emprego. Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Previdência Social e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).