A Justiça renovou a permanência de Antônio Jussivan Alves dos Santos, o Alemão, no Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná. O detento é acusado por liderar o furto ao Banco Central de Fortaleza, no ano de 2005.
A Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará (SAP) fez o pedido de prorrogação em 5 de novembro, argumentando que os motivos que determinaram o recolhimento em unidade prisional federal de segurança máxima não acabaram. As autoridades lembraram que o homem possui grande influência nas unidades prisionais em que esteve detido e chefia em uma facção criminosa.
A SAP destacou que, embora o Ceará tenha inaugurado, em agosto de 2021, uma Unidade Prisional para acolher presos mais perigosos, “Alemão” precisa permanecer em um espaço localizado em outra região. O representante do Ministério Público também se manifestou pela manutenção do recluso na penitenciária federal.
A defesa do detento afirmou que sua transferência para o presídio federal de segurança máxima se baseou em um falso plano de fuga e que a SAP não possuía indícios de violação prisional nem elementos que indicassem a influência do homem em um ato de indisciplina de outro preso. Além disso, destacaram que a condenação é relativa a fatos criminosos praticados há mais de 18 anos e que, desde então, não houve registro de nenhuma situação que comprovasse o perfil de periculosidade citado.
Decisão
O juiz Raynes Viana de Vasconcelos considerou que “Alemão” foi transferido para o sistema federal após tentar fugir em agosto de 2017 e que a rede prisional cearense vem enfrentando instabilidades desde 2016, em decorrência do acirramento de disputas pelo poder entre as principais organizações criminosas atuantes no Estado.
“Entendo por necessária a permanência de Antônio Jussivan em unidade prisional localizada em outra unidade da federação, isso porque, a permanência no sistema penitenciário federal arrefece sua influência dentro e fora das unidades prisionais do Ceará, em razão do rigor adotado na segurança desses estabelecimentos, inclusive com a gravação das conversas mantidas entre os presos e suas visitas o que dificulta a comunicação entre o apenado e os demais membros de sua organização, impedindo assim, o planejamento de novos crimes e, até mesmo, de nova tentativa de fuga”, ressaltou o juiz Raynes Viana de Vasconcelos.
Tentativa de fuga
“Alemão” estava em uma unidade prisional em São Paulo até o ano de 2016, quando retornou ao Ceará. Em agosto de 2017, criminosos tentaram resgatar internos, dentre eles Antônio Jussivan, da Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba, município da Grande Fortaleza.
Em posse de armas de grosso calibre, os criminosos dispararam e entraram em confronto com policiais militares e agentes penitenciários. Durante o tiroteio, Jussivan chegou a ser baleado com três tiros no abdômen e foi hospitalizado.
No mês de dezembro de 2017 ele foi transferido ao Presídio Federal de Catanduvas, onde permanece até então. “Alemão” foi condenado por furto, formação de quadrilha e uso de documento falso.