O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,24% em outubro, na comparação com o mês anterior, após registrar uma alta de 0,26% em setembro. Esse é o quarto mês seguido de taxas positivas do indicador.
O resultado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10). O instituto destaca as passagens aéreas como maior influência para o resultado do mês, com alta de 23,70%, maior contribuição individual (0,14 p.p.) no índice.
No período acumulado do ano, a inflação acumulada do país é de 3,75% e, nos últimos 12 meses, houve um aumento de 4,82%.
A inflação do mês veio abaixo do esperado pelo mercado, que calculava um aumento de cerca de 0,29% para o mês, e de 4,87% para o ano, segundo a mediana das estimativas da Bloomberg.
A meta de inflação de 2023 é de 3,25%, conforme estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para ficar dentro da meta o IPCA pode ficar entre 1,75% e 4,75%.
Inflação por grupos
O dado do mês foi resulado da alta de preços de oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados. Enquanto o maior impacto individual no resultado de outubro veio dos preços das passagens aéreas, que subiram 23,70% na comparação com o mês anterior.
Transportes (0,35%) e Alimentação e bebidas (0,31%) contribuíram com 0,07 p.p. cada para o índice geral. O grupo Comunicação (-0,19% e -0,01 p.p.) foi o único em queda. Os demais grupos ficaram entre o 0,02% de Habitação e o 0,46% de Artigos de residência.
No grupo Alimentação e bebidas (0,31%), a alimentação no domicílio subiu 0,27% em outubro, após quatro quedas consecutivas.
O IBGE destacou as altas da batata-inglesa (11,23%), cebola (8,46%), frutas (3,06%), arroz (2,99%) e das carnes (0,53%). No lado das quedas, foram destaques o leite longa vida (-5,48%) e o ovo de galinha (-2,85%).
A alimentação fora do domicílio (0,42%) acelerou em relação ao mês anterior (0,12%). As altas da refeição (0,48%) do lanche (0,19%) foram mais intensas do que em setembro (0,13% e 0,09%, respectivamente).
No grupo dos Transportes (0,35%), o resultado foi influenciado pelo aumento nos preços da passagem aérea (23,70%), subitem com a maior contribuição individual (0,14 p.p.) no índice do mês.
Em relação aos combustíveis (-1,39%), somente o óleo diesel (0,33%) apresentou alta. A gasolina (-1,53%), o gás veicular (-1,23%) e o etanol (-0,96%) caíram de preço.
Ainda em Transportes, a alta do táxi (1,42%) decorre dos reajustes de 20,84% aplicado em Porto Alegre (14,34%), a partir de 09 de outubro, e de 6,67% aplicado em São Paulo (0,61%), a partir de 28 de outubro.
No grupo Habitação (0,02%), a alta da taxa de água e esgoto (0,37%) foi influenciada pelos reajustes de 6,75% em Salvador (6,75%), a partir de 25 de setembro e que não havia sido incorporado no IPCA de setembro; e de 14,43% em Fortaleza (0,90%), a partir de 29 de outubro.
Por sua vez, a energia elétrica residencial (-0,58%) teve queda de preços, apesar dos reajustes em três áreas de abrangência: em Goiânia (5,28%) reajuste de 5,91% a partir de 22 de outubro; em Brasília (4,34%), de 9,65% a partir de 22 de outubro; e São Paulo (-2,41%), de 6,79% em uma das concessionárias pesquisadas, a partir de 23 de outubro.
Inflação por região
Na comparação por região, quatro áreas apresentaram variações negativas em outubro.
O menor resultado em São Luís (-0,23%), influenciado pela queda de 3,94% na gasolina. Já a maior variação foi em Goiânia (0,80%), influenciada pela alta da energia elétrica residencial (5,28%).