Os péssimos números do estado Acre relacionados aos investimentos em melhoria do saneamento básico já são apontados e comentados há bastante tempo pelos organismos voltados para essa temática.
Divulgada em agosto passado, a versão 2023 do Ranking de Competitividade dos Estados 2023, relatório elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), organização suprapartidária que visa engajar a sociedade e desenvolver líderes públicos para enfrentar os problemas mais urgentes do Brasil, reforça essa realidade.
O estado acreano aparece na última posição neste ranking, cuja avaliação reúne 10 pilares principais: segurança pública, infraestrutura, sustentabilidade social, solidez fiscal, educação, sustentabilidade ambiental, eficiência da máquina pública, capital humano e potencial de mercado.
No pilar Sustentabilidade Social, em que o Acre aparece na 24ª posição entre os estados brasileiros, se encontram outros 13 indicadores, entre os quais está o tratamento de esgoto, no qual o estado acreano se encontra na 25ª posição, perdendo duas posições com relação ao ranking de 2022.
Os indicadores e a posição do Acre no pilar Sustentabilidade Social:
- Coleta seletiva de lixo (25º)
- Perda de água (26º)
- Tratamento de esgoto (25º)
- Reciclagem de lixo (17º)
- Recuperação de áreas degradadas (9º)
- Emissões de co2 (25º)
- Serviços urbanos (10º)
- Destinação do lixo (20º)
- Transparência das ações de combate ao desmatamento (12º)
- Vegetação nativa nos imóveis rurais (3º)
- Desmatamento (13º)
- Velocidade do desmatamento (12º)
- Preservação da vegetação pelos imóveis rurais (2º)
- Situação do saneamento no estado segundo a CLP
De acordo com a CLP, em seu site, o Acre ainda tem muitos desafios referente ao acesso aos serviços de água e esgotamento sanitário. O Saneacre (Serviço de Água e Esgoto do Estado do Acre) como responsável pelos serviços de saneamento nos municípios do interior.
O saneamento na capital, Rio Branco, é operado pela própria prefeitura. A Agência Infranacional responsável pela regulação do saneamento no estado é a AGEAC – Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado do Acre.
De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), com base nos dados de 2020, dos 894,4 mil moradores do estado, 47,2% tinham acesso ao sistema de rede de água, 11,4% habitavam em residências com sistema de rede de coleta de esgoto, 21% do volume de esgoto gerado no estado era tratado. As perdas de água nos sistemas de distribuição estavam em 62,1%.
Em março de 2022, o Instituto Trata Brasil publicou o 14º Ranking do Saneamento com foco nas 100 maiores cidades brasileiras. No Acre, somente Rio Branco foi contemplada, aparecendo na 97ª colocação, sendo a quarta pior cidade do Brasil entre as estudadas.
Em 2021, o Instituto Trata Brasil estudou os ganhos econômicos possíveis para o estado do Acre à medida que os serviços de água e esgoto avancem. Até 2055, o estado do Acre pode se beneficiar de R$ 5,5 bilhões com ganhos econômicos.