A Fundação Getúlio Vargas (FGV) retomou, a partir desta quinta-feira (26), o concurso público da Receita Federal que estava suspenso desde a semana passada por causa de uma decisão judicial.
O concurso está, atualmente, na segunda etapa de seu processo seletivo, um curso de formação profissional, e visa preencher 699 vagas de nível superior, com salários de até R$ 21 mil (leia mais abaixo).
A retomada do certame foi possível depois que o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região suspendeu a decisão que exigia a paralisação do concurso, da 9ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal.
De início, a suspensão foi determinada até que fosse analisado o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para anular várias questões das provas objetiva e discursiva do concurso, por cobrarem assuntos que não estavam previstos no edital (veja abaixo as questões com pedido de anulação).
Mas, para o desembargador do TRF, a suspensão das próximas etapas do concurso, da forma em que foi determinada na decisão de 1º grau, prejudica os candidatos e “constitui grave lesão à ordem pública”.
A FGV, banca responsável pelo concurso, publicou um comunicado nesta quarta-feira (25) para informar os candidatos sobre a nova decisão.
“Estão integralmente retomadas as atividades referentes à segunda etapa do concurso público para provimento de vagas nos quadros da Carreira Tributária e Aduaneira da Receita Federal do Brasil – Curso de Formação Profissional, devendo os candidatos acessarem normalmente as aulas.”
“As informações sobre eventuais ajustes no cronograma serão divulgadas em breve na página do certame, completou a banca.
O pedido judicial para a retomada do concurso foi feito pela União, que levou em conta, entre outras questões, a necessidade de renovar o quadro de servidores da Receita Federal e os prejuízos financeiros diante da suspensão do certame.
Concurso da Receita Federal
O concurso está previsto para ser realizado em duas etapas, sendo que a primeira já foi realizada, com prova objetiva (múltipla escolha), prova discursiva e pesquisa de vida pregressa.
A segunda etapa, que está em andamento, é um curso de formação profissional on-line, com provas presencialmente em cinco polos: Brasília, Manaus, Recife, São Paulo e Curitiba.
As inscrições para o concurso da Receita Federal foram abertas em dezembro de 2022, com taxas de R$ 115 e R$ 210.
São oferecidas 230 vagas para auditor-fiscal e 469 para analista-tributário. Deste total, 5% são destinadas a pessoas com deficiência (36) e 20% para negros (140).
💰 O salário para analista é de R$ 11.684,39. Para auditor, é de R$ 21.029,09
Os dois cargos exigem diploma de conclusão de curso superior, em nível de graduação, em qualquer área.
Questões com pedido do MPF para anulação
- • questões nº 67, 69, 70 do caderno de Prova tipo 1 – Objetiva para Analista-Tributário;
- • questões nº 77 e 80 do caderno de Prova Tipo 1 – Objetiva para Auditor-Fiscal (e correspondentes questões nos cadernos dos tipos 2, 3 e 4 de ambos os cargos);
De acordo com o MPF, nos casos acima, as questões cobraram o tema “SQL e Bancos de dados relacionais”, não previsto no edital.
- • questão nº 1, “c” da prova discursiva para Auditor-Fiscal;
Em relação a essa questão da prova discursiva, o MPF afirma que o conteúdo do edital para a seleção ao cargo de auditor-fiscal “não alcança conhecimentos sobre contribuições por lei devidas a terceiros”, o que foi cobrado no item nº 1, “c”.
- questões nº 4 e 10 do caderno de Prova Tipo 1 – Objetiva, para Auditor-Fiscal (e correspondentes questões nos cadernos dos tipos 2, 3 e 4).
Já sobre as últimas questões com pedido de anulação, o MPF alega que elas tiveram seus gabaritos questionados por candidatos, por meio de recursos apresentados à FGV.
No entanto, segundo o órgão, a banca corretora apresentou inicialmente justificativas que contradiziam os gabaritos publicados e, depois, alterou seus argumentos sem motivação.