PGR pede que Polícia Federal analise pedido para investigar doação via Pix a Bolsonaro

Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou pelo envio à Polícia Federal (PF) de um pedido feito por congressistas para investigar supostas irregularidades envolvendo doações de apoiadores via Pix ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).


De acordo com o pedido, a maioria dos doadores figuram como investigados por atos contra a democracia.

A manifestação da PGR foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, dentro do inquérito das Milícias Digitais. Quem assina o documento é o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos, responsável pelas investigações sobre os atos de 8 de janeiro.


Um relatório produzido pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de combate à lavagem de dinheiro do governo federal, aponta que o ex-presidente recebeu R$ 17,2 milhões via Pix em sua conta pessoal nos primeiros seis meses deste ano.


Para o órgão, as transações foram “atípicas” e podem estar relacionadas à campanha de doações organizada por aliados de Bolsonaro para o pagamento de multas judiciais.


Conforme Santos, é “relevante” que a PF apure se as transações consideradas “atípicas” foram “realizadas por doadores envolvidos na organização criminosa” investigada no inquérito.


Segundo o pedido de congressistas feito ao STF, Bolsonaro pode ter cometido crimes contra a economia popular e de estelionato com a organização da “vaquinha” para o pagamento de multas.


Conforme a solicitação, o ex-presidente “valeu-se de posição pública anteriormente ocupada para enriquecer ilicitamente, agindo de modo incompatível com a dignidade esperada de qualquer agente público, em exercício ou fora dele”.


O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou à CNN no fim de agosto que não há irregularidade nas doações via Pix, feitas por apoiadores dele nos últimos meses.


“O Pix começou em junho. É um absurdo acusar de lavagem de dinheiro. Não existe nada errado. Vão ver. Um milhão de pessoas fizeram doações”, disse Bolsonaro, na ocasião.


Os dados do Coaf mostram que, entre 1º de janeiro e 4 de julho, Bolsonaro recebeu mais de 769 mil transações por meio de Pix, que totalizaram R$ 17.196.005,80.


O valor corresponde quase à totalidade do movimentado pelo ex-presidente no período, de R$ 18.498.532,66.


Os dados foram enviados pelo Coaf à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos criminosos do dia 8 de janeiro no Congresso Nacional.


No início do mês, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), um dos filhos do ex-presidente, afirmou que os dados do Coaf foram vazados da CPMI.


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