Iniciado em 2022, o projeto Acresce, que envolve ações em todos os municípios acreanos, vai avançar para a segunda etapa, conforme divulgado pela Assessoria de Imprensa do Instituto Sapien, responsável pelo desenvolvimento do trabalho.
O projeto é uma realização do Instituto Sapien – Instituto de Gestão, Avaliação e Pesquisa Aplicada em Ciência, Tecnologia e Inovação; Governo do Estado do Acre; Fundação de Tecnologia do Estado do Acre – FUNTAC; Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia – SEICT; Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional – MDR.
O Acresce é um diagnóstico da realidade do Acre para criar soluções de desenvolvimento das potencialidades do estado, gerando desenvolvimento socioeconômico – um estudo norteador para que o governo saiba onde e como deve aplicar suas políticas públicas.
Para o levantamento dos dados, o Instituto Sapien dividiu a realização do Acresce em etapas. Primeiramente, foram realizadas a coleta e análise de dados secundários que geraram o mais amplo e atualizado painel de dados do Acre, segundo a entidade.
Durante 11 meses a equipe do Acresce levantou mais de 850 milhões de dados que incluem informações sobre Território, Economia, Macroeconomia, Contas Públicas, Infraestrutura, Demografia, Educação, Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Turismo. Foram elaborados 97 relatórios preliminares e 12 cadernos temáticos.
A pesquisa identificou que a receita do Acre ainda é dependente de repasses federais (65%), impostos, taxas e contribuição de melhoria correspondem a 25% da arrecadação estadual e os outros 5% são de contribuições previdenciárias. Com esse repertório, foram concluídos os estudos setoriais preliminares que indicam a visão dos dados oficiais sobre a realidade acreana.
Educação, Saúde e Previdência estão no topo de gastos do Acre. Mais da metade da população acreana é composta por pessoas com até 29 anos. A região também tem mais homens que a média nacional. A pesquisa apontou ainda que 44% das 830.026 pessoas que moram no Acre, vivem na capital.
O estado tem a segunda maior taxa de fecundidade total nacional, de 2,1 filhos. A região apresenta o menor número de profissionais da saúde do Brasil, com 1.278 pessoas, segundo Associação Médica Brasileira (AMB/2023), e a segunda menor taxa de posse de plano de saúde na Região Norte, 9,6%.
Os pesquisadores do Instituto realizaram ainda 22 entrevistas em profundidade com gestores estaduais, intelectuais e lideranças produtivas sobre economia e sustentabilidade. O panorama gerado e a opinião desses entrevistados guiou a escolha das 25 comunidades-alvo da próxima etapa da pesquisa.
A pesquisa possibilitará subsidiar, com informações qualificadas, os setores do governo, de modo que haja influência na modernização da cultura de gestão estatal com ampliação da escuta ativa das comunidades e lideranças locais. Além disso, será possível obter e recomendar medidas adequadas a cada cidade e região do Acre, levando em consideração as especificidades de cada local.
Isso permitirá ao poder público a tomada de decisões mais seguras, que gerem aumento da produtividade e para que a região seja atrativa aos negócios, por meio de uma economia forte, diversificada e de uma infraestrutura regional integrada.
O que vem pela frente
Agora, o projeto segue para a fase de pesquisa em campo em comunidades de Acrelândia, Assis Brasil, Brasileia, Bujari, Capixaba, Cruzeiro do Sul, Feijó, Rio Branco, Rodrigues Alves, Sena Madureira, Senador Guiomard, Tarauacá e Xapuri.
Nessa etapa, será feito mapeamento detalhado das comunidades selecionadas, com o foco em conhecer os potenciais de cada uma, com a finalidade de promover o desenvolvimento social e econômico, conhecer as alternativas de geração de riquezas e verificar as insuficiências de infraestrutura das comunidades por meio da sua observação sistematizada.
Simultaneamente serão realizadas entrevistas em profundidade com líderes locais, seguidas de grupos focais com representantes das comunidades. Estas atividades visam garantir a representatividade social na interpretação da realidade e a priorização das demandas por meio da escuta ativa.
Como atividade preparatória, o Instituto Sapien – em colaboração com o eAmazônia -, ministrou capacitação profissional nos instrumentos de pesquisa para os profissionais acreanos que executarão as atividades de campo, no intuito de garantir que o estudo deixe um legado para o Estado, com riqueza de informações, análises e dados quantitativos e qualitativos confiáveis. Toda a etapa de campo será documentada em vídeo para produção de um minidocumentário.
Nas etapas seguintes, o banco de dados secundários e os estudos setoriais preliminares serão cruzados com os relatórios das pesquisas de campo.
Intelectuais do estado e convidados pelo instituto Sapien analisarão este conjunto e criarão os relatórios setoriais finais, os quais subsidiarão um planejamento estratégico diferente de todos os já propostos para o estado.
Esse planejamento, além de ser construído ouvindo desde as lideranças estaduais até as populações nas comunidades, apresentará não apenas a proposição de soluções para desenvolvimento do Acre, mas também um mapa de financiamento adequado a estas propostas. Por fim, tudo será registrado para a memória estadual na forma de uma publicação completa contendo todas as informações levantadas e a história da implementação do projeto.