O DJ Alok reencontrou o pai, o também DJ Juarez Petrillo, após os ataques do Hamas em uma rave em Israel em que Petrillo iria tocar, no sábado (7). O artista postou uma foto nas redes sociais do momento.
“Que alívio poder te abraçar, pai!”, disse Alok ao compartilhar uma foto dos dois abraçados.
O evento em que Petrillo iria tocar, chamado “Universo Paralello”, acontecia na região do kibutz Re’im, a metros da Faixa de Gaza, e terminou com mais de 260 mortos — entre eles, um brasileiro e uma brasileira.
Após o ataque, Alok esclareceu em um vídeo que o pai não era produtor do festival, explicando que a marca foi licenciada para um organizador em Israel.
“Infelizmente, em meio a tudo isso, está circulando uma fake news de que o meu pai era o responsável e produtor do festival, o que não é verdade, como vocês podem ver na mídia internacional. Não associem meu pai a isso”, diz Alok.
Segundo ele, a marca foi licenciada e a organização ficou por conta da produtora “Tribe of Nova”. Além de “Universo Paralello”, nos últimos dias, o evento também vem sendo chamado pela imprensa de “Festival Nova”, “Supernova” ou “Tribe of Nova edição Universo Paralello”.
“Surreal”, disse pai de Alok sobre ataques
O DJ dividiu com seus seguidores imagens do momento em que estava prestes a tocar no festival. “Universo Paralello Israel… estou em choque até agora!! E as bombas não param de explodir… depois conto mais detalhes”, escreveu ele no post.
Momentos depois, Juarez apareceu nos stories do Instagram e falou um pouco mais sobre a situação. Ele revelou que o festival foi cancelado e que é a primeira vez que vive uma situação dessas.
“Surreal. Era para eu estar tocando, mas o line up atrasou 1 hora. Já estava no palco para tocar”, disse. “Foi a primeira vez que a acontece isso, nunca uma festa parou assim! Sei nem o que dizer”, disse.
Saiba tudo sobre o festival criado pelos pais de Alok
Festival foi criado no Brasil há mais de 20 anos
Há 23 anos, foi criado em Goiás um festival influenciado pela vertente da música eletrônica chamada de “trance”. Entre os fundadores do evento estavam Juarez Petrillo, o DJ Swarup, e Adriana Peres Franco, a DJ Ekanta – pais dos irmãos gêmeos e também DJs goianos, Alok e Bhaskar.
Após as primeiras edições, o evento foi transferido para a praia de Pratigi, no município baiano de Ituberá, onde ganhou corpo e se consolidou como um dos festivais mais importantes de música eletrônica na América Latina.
A próxima edição brasileira acontecerá entre os dias 27 de dezembro e 3 de janeiro, ocupando uma área de 3 quilômetros de extensão “em uma comunidade construída especialmente para receber os convidados”.
Ao longo dos anos, o Universo Paralello começou a ser realizado também em outros países, como França, Argentina, Espanha e Portugal, por exemplo.
Festival chegava a Israel pela primeira vez; pai de Alok estava no line-up
No sábado (7), organizado pela produtora israelense “Tribe of Nova”, aconteceu a primeira edição do Universo Paralello em Israel.
Com o local anunciado poucos dias antes, o evento aconteceu em um terreno na região sul do país, próximo à Faixa de Gaza.
“O lendário festival Universo Paralello, do Brasil, está prestes a aterrissar em nosso pequeno país! Parte integrante da nossa visão tribal contínua é a criação de eventos inesquecíveis e de quebra de rotina, cheios de boas notícias e com padrões internacionais”, escreveram os organizadores na página do evento.
“A Tribe of Nova convida todos vocês a mergulhar conosco em uma jornada de união e amor que combina um local novo e espetacular, a melhor música do mundo, performances artísticas extraordinárias e multifacetadas e muitos outros conteúdos alucinantes e de tirar o fôlego”, concluíram.
Entre as atrações, constavam DJs de diversos países, como Japão, França, Inglaterra, por exemplo. O único representante brasileiro era o DJ Swarup, pai de Alok.
Festival foi licenciado para produtora de Israel, explicam organizadores do Universo Paralello
Após o ataque do Hamas, os organizadores brasileiros do Universo Paralello publicaram uma nota nas redes sociais afirmando estarem “profundamente chocados com os últimos acontecimentos em Israel envolvendo ataques simultâneos sem precedentes em diversas regiões do país pelo Hamas”.
“Como muitos de vocês sabem, o evento “Tribe of Nova edição Universo Paralello” estava sendo realizada na região Sul, próximo a Faixa de Gaza no último dia 6, um dos lugares atacados. Israel é reconhecida mundialmente por grandes eventos de música eletrônica e o local é conhecido por realizar diversos deles, tendo no dia anterior acontecido um festival com mesmo perfil NO MESMO LOCAL”, escreveram.
“O Universo Paralello sempre licenciou sua marca para eventos fora do Brasil onde um produtor é responsável pela organização e contratação de artistas vinculados, como aconteceu no caso do Swarup. A marca foi licenciada e o DJ contratado pela produção israelense da “Tribe of Nova”, assim como aconteceu na Índia em 2015, Argentina em 2022 e 2023, Espanha em 2022, Portugal em 2022 e 2023, Tailândia em 2023, México em 2022, França em 2016 e 2023 e Israel em 2023″, acrescentaram.
Com a repercussão do conflito, o DJ Alok também foi às redes sociais. Ele voltou a destacar que seu pai foi ao evento como artista contratado.
“Ele está seguro em um bunker aguardando direcionamento para retornar ao Brasil”, escreveu o artista. O governo brasileiro disse, nesta segunda (9), que mais de 1.700 pessoas aguardam ajuda para deixar Israel.
Após ataque do Hamas, mais de 260 corpos foram encontrados no local do festival
Ao menos 260 corpos foram encontrados no local do festival, segundo o serviço de resgate israelense Zaka. Alguns participantes foram feitos reféns, vistos em vídeos nas redes sociais sendo apreendidos por seus captores armados.
Explosões podem ser ouvidas em um vídeo feito pela jovem Tal Gably, dela e de amigos caminhando pelo recinto de concertos que se esvazia rapidamente, a cerca de três quilômetros da fronteira.
Quando os participantes fugiram em seus carros, Gably disse que as estradas ficaram obstruídas e ninguém conseguia se mover. Foi então que os tiros começaram, ela diz.
O Hamas mantém mais de 100 reféns israelenses em Gaza, incluindo oficiais de alto escalão do exército, afirmou um porta-voz do grupo militante no domingo.
Além dos cativos israelenses, há também outras nacionalidades que se acredita terem sido feitas reféns, incluindo cidadãos mexicanos e brasileiros – complicando a resposta de Israel ao ataque do Hamas.