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O controle é do crime: SAERB tem que ligar antes de entrar em bairros dominados por facções e Energisa treina funcionários para entregar tudo em assalto

Enquanto o Estado não tira das mãos das facções criminosas, o controle de bairros periféricos, em Rio Branco, o Serviço de Abastecimento de Água e Esgoto da capital – SAERB, e a Energisa, estão tendo que adaptar suas prestações de serviço à população para driblar o crime, ou até mesmo pedir sua permissão para trabalhar.



Um levantamento feito pelo Ecos da Notícia descobriu que a prestadora de serviços de energia no Acre, Energisa, por exemplo, treina funcionários para agir com calma durante assaltos, entregando aos bandidos tudo o que for solicitado. Em nota enviada à reportagem, a empresa confirmou que tem impedimento de acesso a ocorrências com a rede elétrica em “pontos críticos”, sem citar as regiões em que isso acontece, embora fontes tenham mencionado os bairros Cidade do Povo, Rosalinda, Santa Helena e Belo Jardim. Por conta disso, nos casos de impedimento de leitura do padrão de energia, o cliente é faturado pela média dos últimos 12 meses.


No caso do Saerb, segundo o diretor-presidente do órgão, Enoque Pereira, antes de acessar bairros específicos, uma ligação tem que ser feita a presidentes de bairro para avisar da intenção dos trabalhadores, o que nem sempre funciona: “às vezes é para fazer um reparo, melhoria para a população, mas mesmo assim é difícil. No Taquari, este ano, durante a inspeção de um vazamento, os trabalhadores tiveram bens pessoais levados”, disse Enoque, explicando que, por isso, a instituição vai evitar enviar equipes de corte de água de inadimplentes, optando por fazer protesto em cartório e a negativação do titular da conta. Quando a resolução de um problema exige a presença dos funcionários, a ordem é para que sejam montadas equipes de 8 a 10 funcionários, na tentativa de afastar qualquer atentado criminoso.


Mesmo com as precauções, há relatos de funcionários de ambas as empresas, e até de provedores de internet, que se recusam a trabalhar nas áreas de maior domínio de facções criminosas. Os fatos revelam que a Segurança Pública do Acre está perdendo não só o controle do território para as organizações criminosas, mas o reconhecimento de que são parte de uma solução para o problema.


Procurada pela reportagem, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública disse que vem elaborando políticas para que as forças possam melhor desempenhar os trabalhos de segurança, e que qualquer notícia de crime deve ser feita via 190, disk denúncia ou na própria Delegacia de Polícia, onde as Forças de Segurança, PM e PC, tomam as providências pertinentes às suas missões. Sobre políticas públicas praticadas pela Sejusp e que são de competência da secretaria, citou os investimentos em segurança pública no Juruá; assinatura da ordem de serviço de reforma Delegacia de Rodrigues Alves; entrega da Academia do 6º Batalhão da Polícia Militar em Cruzeiro do Sul; entrega do Centro Integrado de Segurança Pública – CISP de Mâncio Lima; entrega de materiais esportivos e fardamento ao Projeto SUAT – Seja Um Adolescente de Triunfo; e em Rio Branco, foi entregue o primeiro tanque de mergulho do Corpo de Bombeiros, a torre de treinamento do Corpo de Bombeiros, entrega de viaturas para reforçar os trabalhos de segurança pública, entrega de armas e munições à polícia militar.


Veja a nota da Energisa na íntegra:


A Energisa informa que segue as orientações do Sistema de Segurança Pública do Acre para atuação nos pontos mais críticos do estado, visto que, em alguns casos, as equipes têm impedimento no acesso para atendimento de ocorrências com a rede elétrica. Além desse alinhamento com as forças de segurança, os colaboradores da empresa passam por treinamentos periódicos para atuar nessas situações.


Vale ressaltar que o maior prejudicado nessas situações é o cliente. Se uma equipe não puder atender a ocorrência emergencial de interrupção, os clientes ficarão sem energia elétrica. E, em caso de impedimento de leitura, por exemplo, o cliente é faturado pela média dos últimos 12 meses.


Essa alternativa é prevista pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que permite o faturamento por média, por até 3 meses consecutivos, em regiões de difícil acesso e cenário excepcional.


Na próxima medição, após nova leitura confirmada, a Energisa lança a leitura correta na fatura, fazendo a adequação do consumo do cliente, ou seja, pode causar uma variação na conta para mais ou para menos.


 


Assessoria da Energisa no Acre


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