Foto: Neto Lucena/Secom
Incentivos ao ingresso no mercado de jogos eletrônicos e ensinos sobre o processo de produção das ferramentas marcaram o início da Gamecon Talks Acre, nesta quarta-feira, 20. Com palestras ministradas por referências nacionais e internacionais na área, o evento é realizado pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict) e Fundação de Tecnologia (Funtac); e Ministério da Cultura (Minc), em parceria com os institutos Gamecon e Sapien.
Até a próxima sexta-feira, 22, no SebraeLab, localizado no campus da Universidade Federal do Acre (Ufac), e por meio de plataformas virtuais na internet, jovens, adultos, gamers, desenvolvedores de softwares e jogadores não profissionais conhecerão o imenso universo dos jogos eletrônicos como forma de trabalho. Ao longo de três dias, os participantes se inteirarão sobre como fazer negócios com os jogos, desenvolver novos produtos e muitos outros aspectos.
“Nossa intenção é proporcionar o desenvolvimento desse mercado no estado, focando na nossa juventude. Esse ciclo de palestras é uma forma de gerar novas perspectivas de trabalho e esperança para que eles enxerguem esse setor como um mecanismo de transformação socioeconômica. O Acre já conta com muitos atores e queremos fazer a atração de novos talentos para potencializar negócios e investimentos”, declarou o titular da Seict, Assurbanípal Mesquita.
O jovem Richard Felipe Oliveira é exemplo de que os games já não são somente entretenimento. Jogador profissional de competições de Free Fire, ele já representou o estado acreano em inúmeras competições Brasil afora com desempenhos que renderam boas conquistas. “Só tenho a agradecer essa iniciativa inédita, é incrível para nós. Isso atrairá novas pessoas para esse mercado pouco conhecido e fortalecerá o ambiente aqui com criação de projetos, empresas e novos produtos”.
A presidente da Funtac, Iuçara Souza, destacou o empenho do governo em oportunizar novas dinâmicas econômicas e de profissão. Para ela, o mercado de games tem um potencial quase infindável de transformar vidas. “É o start para a estruturação da cadeia de games no estado, outras ações serão desenvolvidas a partir daqui para concretizarmos esse objetivo. Nosso foco é fazer com que os talentos daqui tenham apoio e não precisem ir embora para atuar na área”, disse.
Com um crescimento acentuado nos últimos anos, a área se mostra uma das mais promissoras para atrair investimentos e gerar novas ferramentas que podem ser aplicadas em dezenas de serviços prestados à população. Conforme a consultoria PwC, o Brasil teve o maior faturamento da América Latina no mercado de games em 2022, com uma receita total de US$ 12 bilhões. Já em todo o mundo, o setor teve um faturamento de US$ 196,8 bilhões, um aumento total de 6%.
Troca de conhecimento
Bah Gutierrez, curadora do Instituto Gamecon e jornalista especializada em jogos, observou que a Gamecom Talks é uma grande oportunidade para trocar conhecimentos. Animada, ela afirmou estar feliz de trazer novos aspectos ao público acreano e aprender com aqueles que atuam no estado. “É essencial trazer isso para outros locais fora do eixo Rio-São Paulo. As riquezas culturais criativas do Acre e região são essenciais para fortalecer a área e captar novos talentos”.
Acadêmico de Educação Física da Ufac, Júlio César Galvão foi uma das centenas de pessoas que compareceram no primeiro dia do evento. Amante dos jogos eletrônicos, ele afirmou que a ação trouxe diversas informações que ele desconhecia. “Fiquei sabendo do evento pelas redes sociais e, mesmo não sendo jogador profissional, me interessou muito. A dinâmica é muito interessante e tenho certeza que muitas portas serão abertas a partir disso, e teremos um futuro muito promissor”.
Yasmin Barros, estudante do segundo ano do Ensino Médio da Escola Estadual José Ribamar Batista (Ejorb), se disse encantada com os assuntos abordados nas palestras. Ela declarou estar interessada em atuar como jogadora profissional após as palestras. “Vim com meus amigos para aprender mais. A gente sempre joga juntos nos intervalos das aulas, porque é um assunto interessante e novo, que é pouco conhecido por nós. Saio daqui com uma outra visão”, encerrou.