O analfabetismo é um problema grave em todo o Brasil, inclusive dentro dos presídios. No Acre não é diferente. Somente em 2023, por meio de ação diagnóstica realizada pela Secretaria de Estado de Educação (SEE) e o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), constatou-se que cerca de 7,5% das pessoas em situação de privação de liberdade não sabem ler e escrever.
Visando à redução do analfabetismo nas unidades prisionais, é realizado, desde 2022, com detentos do Acre, um trabalho de alfabetização, por meio do Departamento de Educação de Jovens e Adultos da SEE. Para este ano, a expectativa é que mais de 50 detentos em todo o estado sejam alfabetizados.
O detento R.P.S., de 46 anos, é uma das pessoas beneficiadas com a iniciativa. Ele conta que, antes de participar das aulas, não sabia assinar o próprio nome. “Me deram essa chance e eu agradeço a Deus. Estou aprendendo coisas que eu não sabia e estou muito feliz por isso. Hoje em dia não quero mais o crime, quero mudar a minha vida”, destaca.
Adriane de Matos é a professora responsável pela classe em que o detento estuda e diz que seus alunos são muito esforçados. “Participar desse momento na vida deles é prazeroso, porque vejo o empenho e a evolução de cada um. É gratificante vê-los atingindo suas metas e participando diariamente da escola”, ressalta.
Segundo Margarete da Frota, chefe da Divisão de Educação Prisional, o processo de alfabetização é fundamental para que a pessoa privada de liberdade possa prosseguir em sua caminhada na construção do próprio conhecimento, além de poder retornar ao convívio em sociedade de forma produtiva. “A intenção é prepará-los tanto no que se refere à elevação da escolaridade, como a formação para o mundo do trabalho”, destaca.