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Governistas veem falha, mas não dolo de Gonçalves Dias no 8/1; oposição pede prisão

Após o depoimento de Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, governistas admitiram falha na gestão do general durante as invasões, mas não dolo do militar.


G. Dias, como também é conhecido, foi ouvido nesta quinta-feira (31) pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.


VÍDEO – Gonçalves Dias à CPMI do 8/1: Liguei para Lula em meio à confusão para relatar os fatos

Gonçalves Dias à CPMI do 8/1: Liguei para Lula em meio à confusão para relatar os fatos | LIVE CNN


Durante a oitiva, Gonçalves Dias disse que deveria ter sido “mais duro” na repressão dos atos, mas alegou que tomou “todas as ações” que estavam ao seu alcance.


Para o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), o general “subestimou uma tentativa de golpe”, mas apenas herdou a estrutura deixada pela gestão de Jair Bolsonaro (PL), que tinha o general Augusto Heleno como chefe do GSI.


“Esse plano golpista contava, sim, com elementos do GSI deixados pelo bolsonarismo e deixados pelo general Heleno. O que esse depoimento deixa claro é que houve uma tentativa de golpe organizada. O general Dias subestimou essa tentativa de golpe. Talvez essa seja a única alegação que possa restar a ele. Não cabia a ele estar aqui [da CPMI]. Caberia ao general Heleno estar aí e outros militares do GSI”, afirmou Randolfe.


Segundo o deputado Rogério Correia (PT-MG), a tese de que houve uma tentativa de golpe durante os atos de 8 de janeiro saiu “fortalecida”, pois o ex-ministro conseguiu esclarecer a situação.


“É evidente que as ações golpistas interessavam a quem queria romper com a democracia através de um processo golpista”, disse o petista.


VÍDEO – Gonçalves Dias à CPMI do 8/1: Quero pensar que não fui sabotado no GSI

Gonçalves Dias à CPMI do 8/1: Quero pensar que não fui sabotado no GSI | LIVE CNN


Oposição pede prisão de ex-ministro

Parlamentares da oposição, por outro lado, argumentam que Gonçalves Dias teve falas contraditórias. O general, por exemplo, disse que acionou um plano de defesa para proteger o Palácio do Planalto, o que a oposição contesta.


A oposição tenta emplacar a tese de que houve omissão do GSI no dia dos atos golpistas. Uma sindicância interna no órgão afirmou que o ex-ministro não cometeu irregularidades.


Ainda durante o depoimento do militar, a oposição, liderada por parlamentares do PL, passou a defender a prisão de Dias.


Um documento, com 23 assinaturas, foi protocolado na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a prisão preventiva do ex-ministro, além de um mandado de busca e apreensão, e quebra de sigilos telefônico e telemático.


“A oposição, com base no artigo 129 da Constituição Federal, através da PGR, entra com o pedido de prisão do senhor ex-ministro general Gonçalves Dias por omissão imprópria, prevaricação, ação de ofício em interesse pessoal e obstrução de justiça quando falsificou de forma dolosa relatório enviado para essa casa”, disse o deputado Cabo Gilberto (PL-PB).


Próximos passos

A oposição já articula as próximas convocações a serem feitas. Ainda não há consenso sobre os nomes que serão escolhidos pelo grupo, mas os nomes que estão na mesa são:


Flávio Dino, ministro da Justiça;


Ricardo Cappelli, ex-ministro interino do GSI;


Glauber Amorim de Carvalho, o assessor de inteligência do Ministério da Justiça;


José Américo Gaia, comandante da Força Nacional de Segurança Pública.


Durante a sessão desta quinta, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) propôs que alguns depoimentos sejam substituídos por pedidos de esclarecimentos para acelerar CPMI.


“A gente não vai ter tempo de ouvir [todos os convocados]. Se a gente já transformar alguns depoimentos, numa reunião entre os membros, em pedido de esclarecimento, vamos ganhar tempo e vamos esclarecer muita coisa que o general [Gonçalves Dias] trouxe aqui, inclusive para confrontar o que ele já disse”, afirmou.


Os parlamentares da oposição também não descartam a ideia de propor uma acareação entre Gonçalves Dias e o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto. Ele chefiava o comando durante os atos golpistas de 8 de janeiro.


 


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