Dólar volta a fechar acima de R$ 5; Ibovespa também sobe

O dólar fechou a sessão desta quarta-feira (27) em alta, tendo ultrapassado o patamar dos R$ 5, após mais um dia de cautela nos mercados globais por conta dos juros altos nos Estados Unidos.


A expectativa é que, com as taxas elevadas — hoje entre 5,25% e 5,50% — a maior economia do mundo passe por um período de recessão econômica muito em breve. Dados divulgados ontem reforçaram a visão de que a desaceleração da atividade ganha força.


Já o Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, conseguiu inverter o sinal negativo que registrou durante boa parte do pregão e fechou em alta. O movimento veio impulsionado pelo avanço de papéis dos setores de óleo e gás, em dia de alta nos preços do petróleo nos mercados internacionais.


Veja abaixo como foi o dia nos mercados.


Dólar

 


Ao final da sessão, a moeda norte-americana avançou 1,22%, cotada a R$ 5,0478, no maior patamar desde maio. Veja mais cotações.


No dia anterior, o dólar fechou com alta de 0,42%, vendido a R$ 4,9870. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:


  • • altas de 2,34% na semana e de 1,98% no mês;
  • • queda de 4,36% no ano.

Já o Ibovespa conseguiu inverter o sinal negativo que registrou durante boa parte do pregão e fechou em alta de 0,12%, aos 114.327 pontos.


O movimento veio impulsionado por papéis dos setores de óleo e gás. As ações da Petrobras, de grande participação no índice, por exemplo, subiram mais de 3% e figuraram entre as maiores altas do pregão, junto aos papéis da PetroReconcavo (+ 4,61%) e PetroRio (+2,92%).


Na véspera, o Ibovespa fechou o dia em queda de 1,49%, aos 114.193 pontos. Com o resultado de hoje, o índice passou a acumular:


  • • quedas de 1,45% na semana e de 1,22% no mês;
  • • alta de 4,19% no ano.

O que está mexendo com os mercados?

 


A economia dos Estados Unidos continuou ganhando a atenção dos investidores neste pregão, em mais um dia de agenda esvaziada no Brasil. O foco continua nos juros norte-americanos, que estão no maior patamar em muitos anos.


Em sua última reunião, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) optou por manter suas taxas inalteradas. Mesmo assim, a sinalização da autoridade monetária foi a que uma nova alta deve acontecer até o final do ano e que os juros tendem a seguir em patamares elevados ainda por um bom tempo.


O problema é que, com juros altos, tanto os financiamentos como a tomada de crédito ficam mais caros, impactando no consumo da população e no rendimento das empresas.


Indicadores econômicos recentes, inclusive, já mostram esse cenário. Em setembro, o índice de confiança do consumidor dos Estados Unidos caiu para o menor nível em quatro meses, para 103,0 — de uma leitura de 108,7 em agosto. Além disso, em agosto, as vendas de novas casas no país tiveram uma forte queda, de 8,7%.


Mas não é só a economia norte-americana que sofre com os juros mais altos no país. Com as taxas em níveis elevados, a rentabilidade dos títulos públicos dos Estados Unidos — que são considerados os mais seguros do mundo — também fica atrativa.


Esse cenário, portanto, acaba incentivando uma migração de capital para a maior economia do mundo, com investidores optando por alocar capital em ativos mais seguros — ainda mais em um cenário de cautela pelos riscos de recessão.


Nesse movimento, o dólar se valoriza frente a outras moedas, principalmente as de países emergentes, como o real e os mercados de ações (que são ativos de risco) sofrem, uma vez que a busca é dos mercados acaba sendo por investimentos mais seguros e com prêmios maiores.


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