O dólar fechou a sessão desta quinta-feira (14) em queda, conforme investidores repercutiam uma série de divulgações de dados econômicos no exterior.
O destaque ficou com a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de subir os juros na zona do euro. A inflação ao produtor nos Estados Unidos e as notícias vindas da China também ficaram no radar. No Brasil, o dia foi de agenda fraca, contando apenas com novos números do setor de serviços.
Ao final da sessão, a moeda norte-americana recuou 0,91%, cotada a R$ 4,8721. Veja mais cotações.
No dia anterior, o dólar fechou com baixa de 0,71%, vendido a R$ 4,9167. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular quedas de:
- • 2,21% na semana;
- • 1,57% no mês;
- • e de 7,69% no ano.
No mercado acionário, o Ibovespa subiu mais de 1% e fechou aos 119.392 pontos, no maior patamar em mais de um mês.
O que está mexendo com os mercados?
No Brasil, o único destaque do dia foi a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em julho, o setor de serviços cresceu 0,5% frente a junho, na terceira alta consecutiva, em linha com as expectativas do mercado.
Segundo o IBGE, o setor está 12,8% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 0,9% abaixo de dezembro de 2022, mês em que registrou o mais patamar da série histórica.
No entanto, o que realmente mexe com os ânimos dos investidores neste pregão são as notícias vindas do exterior. Nesta manhã, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu elevar seus juros em 0,25 ponto percentual, o 10° aumento consecutivo, levando-os a um patamar entre 4,00% e 4,75% ao ano.
A alta tem como objetivo seguir controlando a inflação , que desacelera, mas segue acima da meta da instituição. Porém, o aumento dos juros na zona do euro, de acordo com especialistas, também é uma forma de tentar atrair investimentos para a região, que sofre com uma forte desaceleração da atividade econômica.
Na próxima semana, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) também vai decidir as novas taxas de juros dos Estados Unidos, que hoje estão entre 5,25% e 5,50% ao ano. A expectativa do mercado é que o Fed mantenha as taxas no patamar em que estão, tendo em vista que a inflação ao consumidor em agosto, divulgada ontem, veio em linha com as projeções, em 0,6%.
Hoje, também foi divulgada a inflação ao produtor na maior economia do mundo. Em agosto, os preços subiram 0,7%, acima das projeções, de alta de 0,4%.
O analista de investimentos Vitor Miziara explica que a pressão inflacionária sobre os produtores pode acabar sendo repassada em um aumento nos preços de produtos — o que pode se refletir em um aumento da inflação ao consumidor.
Ainda nos Estados Unidos, as vendas no varejo tiveram um crescimento de 0,6% em agosto, ante expectativas menos expressivas, de alta de 0,2%.
O noticiário chinês também ficou na mira dos investidores, após o banco central do país ter sinalizado que deve, pela segunda vez no ano, reduzir a quantidade de dinheiro que os bancos precisam manter em reserva. Isso serviria para ajudar a manter uma maior liquidez e apoiar a recuperação econômica do gigante asiático.