CPMI do 8/1 planeja ouvir Cid e Braga Netto em outubro; base ainda articula outros

A base governista da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro quer ouvir, mais uma vez, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e colher o depoimento de Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil do governo anterior.


A ideia é que os dois sejam ouvidos nos dias 3 e 5 de outubro, respectivamente, uma semana antes da relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apresentar o parecer final sobre os trabalhos da CPMI, o que deve ocorrer na segunda quinzena do próximo mês.


Segundo relatos feitos à CNN, a estratégia de deixar o depoimento de Mauro Cid para a reta final dos trabalhos da comissão tem objetivo de confrontá-lo com as informações que ele deve fornecer no âmbito do acordo de delação premiada com a Polícia Federal.


A cúpula da CPMI espera que até lá, a delação tenha se tornado pública, o que pode contribuir com os trabalhos do colegiado.


A estratégia também é ouvir Cid antes do ex-ministro de Bolsonaro porque, segundo relatos de integrantes da comissão, eles tiveram informações da PF de que Braga Netto foi citado diversas vezes em depoimentos do tenente-coronel.


Próximos passos

A expectativa é que a base governista da CPMI se reúna com a senadora Eliziane na manhã desta terça (19), antes da sessão, para deliberar sobre os próximos passos da comissão.


Na pauta do encontro, está a possível convocação de José Américo Gaia, comandante da Força Nacional de Segurança. O nome do militar é um pedido da oposição. Também não está descartada a convocação do ministro da Justiça, Flávio Dino.


A contrapartida da base governista para, possivelmente, avançar com essas oitivas será aprovar uma acareação entre a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti, além de um requerimento que pede um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.


A CPI ainda deve marcar a convocação do general Júlio César Arruda, que comandava o Exército durante os atos de 8 de janeiro


Depoimentos desta semana

Apesar de o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter dispensado Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de comparecer ao colegiado, a cúpula da CPMI ainda espera a presença do militar nesta terça (19).


Na próxima quinta (21), a comissão também deve ouvir o subtenente da Polícia Militar de Distrito Federal Beroaldo José de Freitas Júnior, que foi promovido por ato de bravura depois de sua atuação no 8 de janeiro.


 


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