Os municípios acreanos de Feijó, com 35 mil habitantes, e Tarauacá, com 43 mil habitantes, são os campeões do fogo no Acre. Vizinhos, ambos têm peculiaridades únicas. O primeiro é considerado o produtor do melhor açaí do estado. O segundo produz um abacaxi de tamanho que só se encontra lá e em mais nenhum lugar do Acre, do Brasil e, talvez, do mundo.
Assim como os produtos tradicionais que saem dos dois municípios não são novidades, sendo conhecidos em todo o país, também não é com surpresa que as notícias sobre os maiores índices de queimadas e desmatamento recaem sobre Feijó e Tarauacá, que com relação aos focos de calor detectados neste ano até esta quarta-feira, 20 de setembro, são, respectivamente, o 13º e o 16º colocados entre todos os municípios brasileiros.
Em 2023, Feijó acumula 864 focos de queimadas e Tarauacá 711. Juntos, atingem 1.575 detecções pelo satélite de referência AQUA Tarde, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, correspondendo a 42% do total do estado. No ano passado, quando a situação era bem pior nesse período, com relação à quantidade de focos, Feijó tinha 2.184 registros contra 1.348 de Tarauacá, o que resultava em 41,1% do total do Acre.
Nas 48 horas anteriores à atualização dos dados do Programa Queimadas, na noite desta quarta-feira, 20, Tarauacá foi o município que mais registrou queimadas no Brasil, com um total de 96 focos. Feijó foi o 7º colocado, com 42. Em setembro, os dois também estão entre os 10 mais. Feijó em 7º lugar com 456 focos e Tarauacá na 8ª posição, com 445 focos de queimadas.
Também nas últimas 48 horas antes da atualização mais recente, o Acre teve uma di ssparada de focos de queimadas com relação aos períodos anteriores. Foram 276 ocorrências em dois dias, o que representou 9,6% do total do país. Emetembro, são 2.041 focos de queimadas no estado, representando 6,3% do total do Brasil.
Em 2023, o estado do Acre tem 3.689 focos, significando 3,8% do total de todas as unidades da federação, segundo os dados do INPE. Essa quantidade é 56% menor do que o registrado no ano passado do dia 1º de janeiro até 20 de setembro, quando haviam ocorrido 8.436 focos de queimadas, segundo os dados do satélite de referência.